Ao longo da vida, pessoas com obesidade podem sofrer sérias consequências psicológicas, cardiovasculares, endócrinas e reprodutivas. Em crianças e adolescentes, essa doença é resultado de fatores genéticos, individuais, comportamentais e ambientais, presentes nos contextos familiar, comunitário, escolar, social e político.
Em 2022, até o início de outubro, o Sistema Único de Saúde (SUS) acompanhou mais de 4,4 milhões de adolescentes entre 10 e 19 anos de idade, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde. Desses, quase 1,4 milhão foram diagnosticados com sobrepeso, obesidade ou obesidade grave.
Apesar de 2,8 milhões dos jovens acompanhados pela Atenção Primária estarem com o estado nutricional saudável, os números de excesso de peso preocupam. O SUS na região Sul detectou obesidade em 13,13% dos adolescentes acompanhados, maior índice do País. Em seguida, aparecem as regiões Sudeste, com 11,48%; Centro-Oeste, com 10,91%; Nordeste, com 8,25%; e Norte, com 7,4%. A região Sul também é a que tem maior quantidade de jovens nessa faixa etária com obesidade grave. São 4,33%, ou seja, quase 25 mil adolescentes.
(Foto: Divulgação/Ministério da Saúde)
De acordo com o "Instrutivo para o cuidado da criança e do adolescente com sobrepeso e obesidade no âmbito da Atenção Primária à Saúde", o sobrepeso e a obesidade vêm se tornando uma realidade na vida e na saúde de crianças e adolescentes. A Atenção Primária é a porta de entrada preferencial para acolhimento e cuidado desses jovens, com ações de promoção da alimentação adequada e orientação sobre hábitos de vida saudáveis.
O "Protocolo de uso do guia alimentar para a população brasileira na orientação alimentar da pessoa na adolescência" explica que, nessa faixa etária, há menor consumo de frutas, verduras e legumes e maior consumo de alimentos ultraprocessados (como macarrão instantâneo, biscoitos doces e salgados, bebidas açucaradas e salgados assados e fritos), em comparação com pessoas adultas e idosas. Outro comportamento comum nessa fase da vida é a omissão do café da manhã.
O documento destaca ainda que a adolescência é uma janela oportuna para intervenções, uma vez que alguns padrões de comportamento relacionados à dieta e aos hábitos de vida podem ser estabelecidos, permanecendo na idade adulta e afetando diretamente a saúde dessas pessoas.
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) reconhece a obesidade como um problema de saúde pública. Nesse contexto, o Ministério da Saúde alerta que algumas doenças eram observadas em pessoas de idade mais avançada, como hipertensão, doenças do coração e alguns tipos de câncer, mas agora atingem adultos jovens, adolescentes e crianças. A alimentação saudável é um dos pilares para reduzir estes riscos.
Atividade física
A atividade física é importante para o pleno desenvolvimento humano e deve ser praticada em todas as fases da vida e em diversos momentos, como ao se deslocar de um lugar para outro, durante o trabalho ou estudo, ao realizar tarefas domésticas ou durante o tempo livre. Para mais informações, acesse o Guia de Atividade Física para a População Brasileira e acompanhe a série de notícias publicadas esta semana pela conscientização e prevenção da obesidade.