No mês em que o câncer de mama é alvo da campanha de
conscientização e incentivo à prevenção da doença em mulheres, abre-se uma boa
oportunidade para chamar a atenção com relação à incidência da enfermidade em
cadelas e gatas. Como em humanos, a rapidez no diagnóstico é fator determinante
para possibilitar eficácia no tratamento e proporcionar longevidade ao pet.
O toque periódico nas mamas do animal auxilia em um possível
diagnóstico precoce. "Se o tutor notar qualquer mudança ou presença de
massas, enrijecimento, inflamação ou secreção, precisa levar o animal ao
médico-veterinário, para que exames complementares sejam feitos e, assim o
quadro possa ser melhor avaliado, determinando o correto diagnóstico",
ressalta o Dr. Andrigo Barboza De Nardi, veterinário.
"O tecido mamário de cadelas e gatas é superficial, logo
abaixo da pele, por isso é possível perceber as alterações ou pequenas
lesões", complementa o veterinário. O médico ainda informa que o ideal é
que o toque nas mamas seja realizado em animais acima de cinco anos de idade,
já que os tumores mamários são mais comuns em fêmeas adultas e idosas.

(Foto: Reprodução/Internet)
Além de observar as alterações nas mamas, a castração tem se
mostrado uma medida eficaz na prevenção do câncer. De acordo com o médico
veterinário, estudos mais recentes indicam que a castração entre o primeiro e o
segundo cio é mais indicada e reduz de forma significativa a ocorrência de
tumores mamários, além de outras enfermidades, como incontinência urinária,
tendência à obesidade e até mesmo alterações de comportamento.
"Até bem pouco tempo, a principal recomendação era que a
castração fosse realizada antes do primeiro cio. Só que trabalhos mais recentes
indicam que a castração antes do primeiro cio pode aumentar os casos de
incontinência urinária, tendência à obesidade e até mesmo alterações de
comportamento", disse.
Tratamento adequado
Importante ressaltar que só o médico-veterinário está
capacitado para detectar a presença de tumores mamários e determinar o
tratamento indicado para cada animal. Além da avaliação clínica, o profissional
realiza exames para avaliar a localização da lesão e sua natureza, benigna ou
maligna.
"Fazemos análises complementares, como o exame
citológico. Nesta avaliação introduzimos uma agulha para coleta de material,
visando o diagnóstico da lesão. Outra possibilidade é a biopsia (colheita de um
fragmento da lesão), que é encaminhada para avaliação histopatológica",
afirma Andrigo.
O especialista ainda reforça que raio-X de tórax e
ultrassonografia de abdome são importantes para determinar a extensão do tumor.
Em caso de tumores benignos, o tratamento é cirúrgico por meio de mastectomia
(remoção da mama). Já para as lesões malignas, a mastectomia e cuidados
pós-operatórios, como a quimioterapia ou radioterapia, podem ser indicadas,
visando justamente reduzir as chances de lesões futuras.
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Por: Da redação