O Ozempic, originalmente desenvolvido para o tratamento do diabetes tipo 2, ganhou fama como um aliado no combate à obesidade. A semagludida, princípio ativo do medicamento, atua em receptores do corpo, promovendo saciedade e auxiliando na perda de peso.
Com a crescente busca por resultados rápidos, o Ozempic se popularizou, especialmente nas redes sociais. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de cautela e acompanhamento médico durante o uso.
Apesar do Ozempic ser aprovado para o tratamento de diabetes, é comum o chamado uso "off-label", ou fora da bula, para combater o excesso de peso. No entanto, o médico endocrinologista Dr. Aécio Lira, alerta que a medicação não é indicada para determinados grupos não testados.
“Essa medicação não foi testada, por exemplo, em gestantes, em mulheres que estão amamentando, não foi testado em crianças com menos, por exemplo, de 12 anos, Então, para essa população não pode se utilizar esse medicamento. Pacientes, por exemplo, que tem alguma doença no fígado grave, como a cirrose hepática, pacientes que têm uma alteração dos rins, estão em diálise, esses pacientes não foram testados”, afirma o especialista.
No entanto, médicos alertam para a importância do uso responsável do Ozempic, sob acompanhamento médico. A automedicação pode trazer diversos riscos, como náuseas, diarreia, constipação e até mesmo perda de massa magra.
Estudos clínicos demonstram a efetividade do Ozempic na perda de peso. Em um estudo publicado na revista "The New England Journal of Medicine", pacientes que utilizaram o medicamento por 68 semanas obtiveram uma redução média de 12,4% do peso corporal, enquanto aqueles que utilizaram placebo perderam apenas 2,4%.
Dr. Lira enfatiza que o Ozempic é uma ferramenta poderosa para o tratamento da obesidade, mas não é uma solução milagrosa. A busca por resultados rápidos e a automedicação podem trazer sérios riscos à saúde.
Cabeça de Ozempic
O termo “cabeça de Ozempic” tem viralizado nas redes sociais por internautas que fazem referência a artistas e influenciadores que surgiram mais magros e com a cabeça aparentemente desproporcional em relação ao restante do corpo.
Não se sabe se parte das celebridades que chamaram a atenção nas redes de fato aderiu ao remédio. O Dr. Aécio Lira explica que esse efeito não seria também uma consequência da medicação em si, mas sim do emagrecimento.
“Na verdade, isso pode acontecer pela perda de peso rápida. E uma diminuição do tecido adiposo na face, levando a uma certa flacidez, trazido por alguns como se fosse um derretimento da face. Isso pode acontecer mesmo, mas quando isso é feito sob tratamento médico, isso acaba sendo muitas vezes gradual e aliado à atividade física, você pode estar minimizando, por exemplo, o resultado dessa maneira”, finaliza o médico.