Assim como acontece com os seres humanos, doenças neurológicas também podem acometer nossos animais de estimação. Por isso, é preciso que o tutor esteja sempre atento a pequenos sinais e vestígios que indiquem que o pet possa estar doente, a fim de que seja feito o tratamento adequado.
Para ajudar os donos de animais a identificar problemas neurológicos em seus pets, conversamos com o médico veterinário Daniel Serafim. Segundo ele, distúrbios neurológicos são comuns em cães e gatos, que podem adquirir as doenças ainda jovens, a partir dos dois anos de idade.
Dentre os problemas mais comuns que podem afetar os animaizinhos estão as doenças vestibulares, que afetam o equilíbrio do pet, doenças inflamatórias do sistema nervoso central, hérnias de disco e crises epilépticas que podem ser causadas por uma diversidade de fatores. “Os sintomas iniciais são sutis, então é preciso atenção por parte do tutor para observar possíveis alterações”, destaca o médico.
Mas, afinal, quais são os sintomas que os nossos pets podem apresentar? De acordo com Daniel Serafim, em caso de doenças vestibulares, o animal pode apresentar desequilíbrio durante a sua caminhada, inclinação na cabeça ou movimentação excessiva dos olhos. Já no caso da hérnia de disco, o pet pode sentir muita dor e desconforto.
“Nesse caso, o animal vai estar mais relutante para fazer exercícios, pode apresentar também um curvamento da coluna e diminuir o apetite”, aponta.
Algo muito comum que vemos cães e gatos fazerem com frequência é andar em círculos e correr atrás do próprio rabo. O médico veterinário Daniel Serafim explica que o comportamento pode estar, sim, associado a doenças neurológicas.
“O andar em círculos pode estar presente em doenças que causam alterações comportamentais e doenças que afetam a porção do encéfalo específico, o que causa essas alterações Então, pode estar relacionado a problemas neurológicos”, afirma.
Além disso, outros comportamentos do pet também podem estar relacionados a essas doenças, como andar compulsivamente pela casa, fazer xixi e cocô fora do local de costume, comer coisas que não comia antes e apresentar sinais de agressividade.
Como ajudar os pets em caso de doenças neurológicas?
Caso o tutor observe alguns sinais como os já citados, é essencial buscar ajuda veterinária imediatamente. O diagnóstico precoce é crucial para um tratamento adequado e para minimizar o sofrimento do animal.
“O primeiro passo é realizar uma avaliação neurológica minuciosa. Através desses exames a gente consegue identificar quais são as alterações neurológicas e que nervos estão sendo acometidos pela doença. Sempre recomendados a realizar um check up, principalmente na fase idosa”, explica Daniel Serafim.
Sinais e sintomas que os animais podem apresentar
-Alterações de comportamento: mudanças repentinas de personalidade, agressividade incomum, letargia ou desorientação.
-Dificuldade de locomoção: fraqueza, dificuldade para se levantar, desequilíbrio, tropeços frequentes, andar em círculos ou andar em uma direção específica.
-Problemas de coordenação: falta de coordenação motora, movimentos desajeitados, tropeços e quedas frequentes.
-Tremores e espasmos: tremores musculares, espasmos involuntários ou contrações musculares anormais.
-Convulsões: episódios de atividade muscular involuntária, perda de consciência e movimentos descoordenados.
-Alterações no apetite e na sede: falta de apetite, aumento ou diminuição excessiva da sede.
-Dificuldades sensoriais: problemas de visão, cegueira parcial ou total, pupilas desiguais, perda de audição ou sensibilidade tátil alterada.
-Incontinência urinária ou fecal: incapacidade de controlar a micção ou a defecação.
-Mudanças na vocalização: vocalização excessiva, dificuldade para vocalizar ou alterações no padrão de vocalização.
-Dor: comportamento indicativo de dor, como gemidos, vocalização, relutância em mover certas partes do corpo ou sensibilidade aumentada ao toque.