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STF declara constitucional contribuição assistencial a trabalhadores não sindicalizados

Decisão altera entendimento de 2017 no qual o STF havia julgado a contribuição inconstitucional. Relator alega que contribuição sindical possibilita negociações coletivas entre trabalhadores.

13/09/2023 às 10h28

28/09/2023 às 13h01

O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional as contribuições assistenciais para todos os empregados de uma categoria, ainda que eles não sejam sindicalizados. Isso deve acontecer, no entanto, somente se o trabalhador tiver assegurado o direito de oposição. A decisão foi tomada em sessão virtual na última segunda-feira (11).

Este novo entendimento altera uma decisão de 2017 na qual o Plenário do Supremo havia julgado inconstitucional a cobrança de contribuição a trabalhadores não filiados a sindicatos.

STF considerou constitucional a contribuição assistencialista sindical - (Valter Campanato/Agência Brasil) Valter Campanato/Agência Brasil
STF considerou constitucional a contribuição assistencialista sindical

Cobrança assistencial X imposto sindical

A Reforma Trabalhista de 2017 alterou, entre outros, o artigo 258 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) para extinguir a contribuição sindical obrigatória (o imposto sindical). No entanto, em abril deste ano, o ministro Gilmar Mendes alterou seu voto e passou a entender a constitucionalidade da instituição da contribuição sindical.

Os ministros do STF, então, passaram a entender que é constitucional a instituição dessa contribuição, por acordo ou convenção coletiva, imposta a todos os empregados da categoria, mesmo aos trabalhadores não sindicalizados, desde que eles possam se opor a ela.

Financiamento

Segundo o relator da matéria, o fim do imposto sindical afetou principalmente a fonte de custeio das instituições sindicais. Com isso, os sindicatos se viram esvaziados e os trabalhadores, por consequência, perderam acesso a essa instância de deliberação e negociação coletiva. No entendimento do STF, a possibilidade da contribuição assistencial destinada prioritariamente ao custeio de negociações coletivas assegura a existência do sistema sindicalista e a liberdade de associação.