Na madrugada desta quinta-feira (24), uma onça-pintada macho foi capturada no Pantanal de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul, por equipes da Polícia Militar Ambiental. O animal estava circulando nas proximidades de um pesqueiro, local onde o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, foi atacado e morto no início da semana. A captura foi realizada após três dias de intensas buscas na região do ataque.

Divulgação / Polícia Militar Ambiental

VÍDEO: Onça que matou caseiro é capturada no Pantanal

A onça-pintada capturada pesa 94 quilos e foi encontrada em uma área de mata fechada, nas imediações do pesqueiro onde Jorge Avalo foi morto, no Pantanal sul-mato-grossense. A operação contou com sete integrantes, entre eles um pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), dois guias e quatro policiais militares ambientais. O animal, aparentemente debilitado, foi sedado e levado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, onde passará por exames clínicos e comportamentais.

O caseiro de um pesqueiro particular desapareceu na última segunda-feira (21). No dia seguinte, turistas que visitaram sua residência, localizada na região conhecida como Touro Morto, com a intenção de comprar mel, notaram manchas de sangue no chão e acionaram a polícia. Uma equipe da Polícia Militar Ambiental foi enviada ao local de helicóptero e, na terça-feira (22), encontrou o corpo do homem, parcialmente devorado por um animal.

Exames devem confirmar se onça-pintada foi responsável por ataque

Segundo a Polícia Militar Ambiental, o objetivo dos exames é verificar se a onça-pintada capturada foi, de fato, responsável pela morte do caseiro. O corpo da vítima apresentava mordidas e marcas de garras, compatíveis com o ataque de um felino de grande porte. O laudo pericial, que está sendo elaborado pelo Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana, deve ficar pronto nos próximos dias. 

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Ataques de onça-pintada a humanos são considerados incomuns, de acordo com especialistas. No entanto, fatores como escassez de alimentos e interferência humana no habitat natural, como a prática ilegal de deixar restos de comida para atrair animais, podem aumentar o risco de incidentes.

Testemunhas relataram que Jorge Avalo manipulava mel de abelhas na propriedade, o que pode ter atraído o felino devido ao odor. Outra hipótese investigada é a prática ilegal de ceva, uso de iscas para atrair animais, comum em áreas turísticas do Pantanal e considerada infração ambiental.

Além do caso de Jorge Avalo, outra onça-pintada foi encontrada morta no último domingo (20) no Rio Paraguai, próximo a Corumbá. As causas da morte ainda são desconhecidas.