Estamos acostumados a que os veículos se desvalorizem mesmo recém saídos da concessionária, com um ano de uso, seu valor já é entre 15% e 20% menor ao de compra. Mas, neste ano, com alguns modelos ocorreu o contrário, alguns proprietários receberam uma quantia maior do que pagaram quando compraram o veículo. Em alguns casos a valorização do veículo foi de mais de 20% segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea).
A valorização ocorre pela alta demanda de veículos. Diante dos efeitos da pandemia, muitos optam por usar seu veículo próprio e não o transporte público. Mas, na hora de comprar um carro novo há alguns inconvenientes.
Por um lado, a fabricação dos veículos não está sendo como antes. O normal era que nos pátios das montadoras houvesse estoque de veículos para cobrir até 30 dias de vendas, mas hoje em dia o estoque apenas cobre 13 dias, como consequência, o cliente deve esperar entre quatro e seis meses até que receba seu automóvel.
Além disso, com a crise de abastecimento, as montadoras não estão conseguindo toda a matéria prima que precisam, como consequência priorizam a fabricação dos veículos que trazem maiores ganhos para elas e repassam os gastos para os clientes. Assim os veículos zero-quilômetro ficam um pouco mais caros e também escassos.
Foto: Reprodução/Ascom
Como a aquisição de um veículo usado não tem esperas, o cliente vai até a loja para comprar ou diretamente escolhe de forma on-line, faz o pagamento, transfere e pronto, a demanda pelos veículos usados aumentou de forma significativa. Até agosto 7,59 milhões de veículos foram vendidos, 48,8% mais que em 2020 e até 6,6% mais do que em 2019, sem a pandemia.
No entanto, com tanta demanda, há modelos que, mesmo usados, não estão disponíveis no mercado. Como consequência inevitável, o valor da venda aumentou bastante.
Alguns dos veículos que mais valorização tiveram foram o Hyundai Tucson (ano 2018) que em setembro alcançou 33,5%, o Volkswagen T-Cross (27%), o Gol (24%), o Chevrolet Tracker (12%), entre outros.
E como ficam os gastos com o veículo?
Tradicionalmente o preço de um seguro é determinado pelo valor do veículo, entre outros fatores. Com esta variação de preços, provavelmente os seguros sofrerão alterações e ficarão mais caros para os segurados.
Agora, mais do que nunca, é fundamental avaliar o custo de um seguro contra todos os riscos fazendo uma simulação e comparando propostas de diferentes seguradoras, se o objetivo é uma cobertura total.
No entanto, com as novas modificações, pronto será possível contratar seguros vinculados à CNH e não ao veículo, isso permitirá contratar coberturas de menor valor. Porém, esse tipo de cobertura não irá garantir danos que o casco do veículo possa sofrer, somente danos corporais e para terceiros.
Além do gasto com o seguro, também é importante considerar o gasto com os impostos, como o IPVA por exemplo. Entre 2020 até julho deste ano este imposto aumentou 19,9% para veículos novos e cerca de 24% para veículos usados, em decorrência da valorização dos veículos.
O valor do IPVA de 2022 ainda não foi divulgado, mas especialistas no tema acreditam que o aumento pode estar entre 8% e 28%.