O dever de casa, que teoricamente
é um complemento
do aprendizado em
sala de aula, em alguns
casos acaba sendo um fardo
para as crianças. Muitas
delas veem a grande quantidade
de atividades escolares
passadas pelos professores
como algo chato e
cansativo, e resistem a fazê
-las em casa. Esse tipo de
situação é muito comum, e
pode ser prejudicial ao processo
de ensino aprendizagem.
“Criou-se uma concepção
que a escola boa
é aquela que tem muita
tarefa em casa, e atividade,
que em alguns casos
acabam sendo desnecessários.
Esse excesso faz com
que a criança fique cansada
mentalmente e fisicamente,
além do desgaste
ambiental”, avalia a psicopedagoga
Josandra Barbosa.
A especialista explica
que o “dever de casa” tem
um papel importante na
aprendizagem, mas que
quando é excessivo pode
ter um efeito contrário ao
esperado. “É um complemento
do que é ensinado
na escola, e um incentivo
para que o aluno continue
estudando, mas não pode
ser algo que tome todo o
tempo livre da criança, e a
impeça de realizar outras
atividades, como brincar,
por exemplo”, explica.
Segundo Josandra, para
evitar transtornos por
conta das atividades passadas
para casa pelos professores,
os pais tem um
importante papel. “Cabe a
eles organizar os horários
da criança, para que ela não
se sinta sufocada apenas
com atividades escolares”,
alerta.
Organizar os horários é
justamente a estratégia de
Rita Rufino, mãe Giovana
de 9 anos, e de Vitor de 6
anos. Ela conta, apesar da
rotina atarefada, procura
auxiliar aos filhos nas atividades
escolares. “O tempo,
quando bem distribuído,
permite que a criança faça
as atividades escolares, e
outras atividades como a
prática de esportes. Procuro
sempre organizar
os horários deles, como a
escola orienta”, afirma.
A mãe de Giovana e
Vitor também acredita que
aprender a organizar os
horários pode ser importante
para vida adulta
dos filhos. “Disciplina é
importante em todos os
momentos da vida da
pessoa. Aprender a lidar
com horários faz com eles
se tornem adultos com responsabilidade”,
avalia Rita.
Na avaliação da psicopedagoga,
Josandra Barbosa,
a escola também de se readequar
às necessidades dos
alunos, e procurar formas
de avaliar o aprendizado.
“Deveriam fazer estudos
qualitativos em cima dos
próprios alunos, para
refletir se a quantidade de
tarefa não traz desconforto,
problemas motores. É
importante que as escolas
avaliem não pela quantidade,
mas pela qualidade
do que o aluno produz”,
recomenda a psicopedagoga.
Por: Natanael Souza - Jornal O DIA