É surpreendente ver crianças cada vez menores demonstrando tanta habilidade com equipamentos eletrônicos como celular e tablet. São os chamados “nativos digitais”, porque já nasceram com as tecnologias digitais presentes em suas vidas.
Mas até que ponto a convivência com esse tipo de ferramenta pode ocorrer de forma saudável? Como utilizar a tecnologia em favor do desenvolvimento intelectual e social das crianças? Não se pode negar o fato de que ela é uma grande aliada da educação. As escolas já incluem metodologias ativas, que é a fundamentação da tecnologia educacional. E a internet é uma fonte infindável de pesquisas.
Para a psicopedagoga Janaína Ribeiro, o segredo é o equilíbrio. O ideal é limitar o uso, conciliando com outras atividades, restringindo as horas e estimulando as brincadeiras lúdicas. “Todo excesso é prejudicial. Antes mesmo de aprender a correr, as crianças já têm uma intimidade espantosa com os aparelhos. O desenvolvimento da coordenação motora pode ser prejudicado na primeira infância. As crianças estão voltando pros consultórios pra aprender a brincar, o que é preocupante”, alerta.
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Outro cuidado deve ser em relação ao conteúdo. A violência deixa as crianças cada vez mais trancadas em casa e, para passar o tempo, elas ficam horas em frente ao computador, celular ou tablet. E é aí que mora o perigo, porque sem o controle rigoroso de um adulto, elas estão sujeitas a ameaças que vão desde conteúdos impróprios até a pedofilia. “Isso é reflexo da falta de atenção dos pais que, muitas vezes, não dedicam tempo de qualidade aos filhos. A falta de interação nas famílias dificulta até a fala das crianças”, explica.
Mas é possível criar situações que reaproximem pais e filhos a partir de brincadeiras clássicas como os jogos de tabuleiro, bola ou mesmo andar de bicicleta. Em Teresina, uma loja de brinquedos instalada na zona Leste se destaca por não comercializar brinquedos tecnológicos. Nada de videogames ou coisa parecida. Apenas brinquedos tradicionais como bonecas, carrinhos e jogos educativos.
A gerente da loja, Lúcia Granjeiro, explica que foi uma decisão da empresa, desde cedo, não trabalhar com brinquedos digitais. “Temos os últimos lançamentos de brinquedos, como os personagens de desenhos animados. As crianças se encantam com a variedade dos produtos, mas os pais se divertem mais do que elas quando chegam aqui e já compram com a intenção de brincar com os filhos, o que acaba reaproximando a família”, revela.
Para os mais saudosistas, a loja tem um museu dos brinquedos com relíquias que vão desde velocípede a jogos das décadas de 80 e 90, Ferrorama e até um Fofão, boneco que reproduzia o personagem do grupo Balão Mágico.
Vantagens
A questão é que os jogos são recursos que inferem na estruturação cognitiva do sujeito, favorecendo a construção de raciocínios no processo de intervenção junto a crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, onde o enfoque é a análise dos procedimentos e a resolução de situação-problemas, o registro de jogadas que possibilitam a utilização de diferentes sistemas simbólicos, permitindo a reflexão de como os mesmos se estruturam. Jogos cognitivos são um conjunto de jogos variados que trabalham aspectos cognitivos, propondo a intersecção entre os conceitos de jogos, diversão e cognição. Os jogos cognitivos são um excelente recurso para o atendimento psicopedagógico, porém é preciso preservar a ludicidade
Os jogos de tabuleiro, por sua vez, apresentam diversos formatos e objetivos, de modo geral, envolvem a participação de pelo menos dois jogadores, o exercício de estratégia e raciocínio lógico para vencer o adversário ou resolver o desafio apresentado, como exemplo, temos o jogo de xadrez, damas, pentagrama, jogo da velha, jenga-wood, halma, troca chinesa, e reverse entre outros. Estes propõem desafios que exigem o exercício de aspectos cognitivos como memória, raciocínio lógico, cálculo, criatividade, resolução de problemas e atenção, por exemplo, contribuem positivamente para a estimulação da criatividade.
Fonte: Da redação