Muitas crianças e adolescentes já retomaram a rotina de estudos. Mas, além dos pais se preocuparem com o retorno das atividades escolares, é preciso pensar também nos hábitos de estudo, que incluem hora e local adequados para que se tenha um bom rendimento e aprendizado.

Segundo a psicóloga infantil Danielle Dourado, os pais devem ficar atentos e criar um ambiente que favoreça a concentração e aprendizado das crianças, mas lembra que esse local deve ser feito em consenso com os pequenos. “Para que a aprendizagem tenha resultados, é importante que esse espaço seja atrativo para a criança. Muitas vezes, achamos que tem que ser um lugar certinho, com lápis e caderno, mas o mais importante é que seja criado pela criança e mostre sua identidade, que tenha o gosto e jeito dela de ser”, cita.

A psicóloga comenta ainda que o ambiente precisa ter uma boa iluminação e que mexa com os cinco sentidos das crianças. Segundo a especialista, é fundamental que o local de estudo seja lúdico e traga bem-estar para a criança, de forma que ela se sinta confortável em desenvolver suas atividades.

“É importante que o ambiente tenha algo que a criança pegue manualmente, tenha contato visual, lúdico, com figuras e que proporcione bem-estar. Quando falamos de aprendizagem, a ideia é que ela desenvolva autonomia, então quem acompanhar essa criança, seja o pai, professor ou cuidador, precisa estimular que ela faça sua organização de acordo com o interesse dela e olhar dela. A própria criança precisa criar seu quadro de estudo, com as disciplinas que gosta, que menos gosta, como pretende se organizar para estudar. Tudo precisa ser feito pela criança para que seja mais atrativo”, frisa.

 ^{Espaço também deve estar em harmonia com a personalidade da criança. Foto: Arquivo Pessoal}

Danielle Dourado salienta que a criança deve ser consultada antes que o ambiente de estudo dela seja criado. Também é fundamental que os pais observem e conheçam seus filhos, para que, através dessas informações, eles possam auxiliar a criança na escolha do melhor local.

“A pessoa vai orientar a criança no caminho que está escolhendo. Se o pai tenta descobrir a forma de aprendizado dela é mais fácil definir aonde montar o ambiente, até porque algumas crianças têm o aprendizado mais visual, outras mais auditivas e outras mais sinestésicas. Então, algumas crianças precisam de um local mais silencioso para aprender, enquanto outras só aprendem lendo em voz alta. Descobrindo essa forma de aprendizado, ela leva isso para outros ambientes que vá, como para a escola, por exemplo”, destaca Danielle Dourado.

A psicóloga infantil reforça que a escolha do ambiente de estudo pode variar de acordo com a personalidade de cada criança. “Se a criança entende que a sala de estar é um local de entretenimento, é interessante evitar esse ambiente para não confundi-la. Se no quarto ela se sente mais confortável, pode ser uma boa opção, mas, se ela vê um ambiente para dormir, também deve ser evitado. Esse local tem que ser avaliado pelo pai através da observação que ele faz do filho, assim como a estrutura, com mesa e cadeira adequadas para a criança, de forma que ela fique confortável”, conclui Danielle Dourado.

Por: Isabela Lopes