O formato geralmente é parecido: uma sala de aula, alunos enfileirados em carteiras, o professor a frente ministrando um conteúdo ou, no caso de alunos menores, proporcionando a troca de saberes através da ludicidade. O cenário que se perpetua ao longo dos anos, no entanto, não significa dizer que nada mudou. Com o avanço da tecnologia e modo de se portar socialmente, o professores assumem novos papeis e se consideram como mediadores dentro da sala de aula.
Nesta edição, o Jornal O Dia ouviu professores de diferentes realidades para homenagear a profissão que é base para o desenvolvimento do mundo. Neste domingo, 15 de Outubro, é comemorado o Dia do Professor.
Fotos: Elias Fontinele/ODIA
Socorro Vieira, do Centro de Referência em Educação Infantil, CRAI Baby; Claube Moura, do Colégio Castro Alves; Mazé Soares, da Unidade de Mediação Tecnológica da Seduc e Mara Soares, da Escola Municipal Tio Bentes, analisaram o contexto atual da educação e o papel assumido pelos professores com a evolução dos tempos. Uma das constatações mais fáceis de se fazer é que a presença das tecnologias trouxe nova dinâmica à maneira de se comunicar, se informar e, sobretudo, aprender. É por isso que as salas de aula já não são as mesmas.
Agora, o conhecimento é descentralizado e fluido acrescido das diversas linguagens e meios de comunicação. O papel do professor deixa de ser um transmissor de conhecimentos para se posicionar como um mediador de diversas linguagens e oportunidades educativas. “Trabalhamos com alunos a partir de quatro meses de vida e vemos crianças com dois anos de idade que o brinquedo preferido é o tablet. Nós, além de educadores, assumimos um pouco do papel de pais e mães e comprovamos diariamente que a tecnologia têm influenciado fortemente a formação desses alunos”, analisa Socorro.
Mesmo nas séries menores, a interferência dos recursos digitais exige uma nova postura para o professor. É por isso que muda-se a relação deste poder do conhecimento. É fato que o aluno, muitas vezes, consegue antever uma informação dada pela facilidade com que o saber é compartilhado nas diferentes plataformas.
Tecnologias
“Direcionar o nosso aluno a fazer um bom uso dessa tecnologia, isso é a pedagogia da autonomia. Quando o aluno se torna autônomo, onde o professor deixa de ser o detentor do conhecimento, e assume a função de mediador, onde vamos orientar o aluno intelectualmente, eticamente, emocionalmente. Nessa forma o aluno deixa de ser aquele ser passivo, onde só o professor é detentor do conhecimento, e assume seu papel fundamental dentro do processo de educação”, considera Mazé.
Esse processo de dar autonomia para o aluno é transversal, porque acontece desde as séries iniciais até a finalização do seu processo de escolarização. Nesse caso, os professores assumem o compromisso de moldar o conhecimento através dos recursos disponíveis. “Sempre incentivo que eles possam pesquisar na internet, usamos notebook e data show para poder trazer mais elementos nesse processo e moldar o conhecimento que eles têm acesso através da sala de aula”, esclarece a professora Mara.
Os professores intervém de forma direta em todo o processo de ensino, dando opções e orientações para além do que é disposto como conhecimento real nas diferentes plataformas. “Na internet, vem uma chuva de informações, boas e ruins, e muitos dos alunos não separam o que é real e o que não. Nós temos que orientar nossos alunos. No ensino médio, por exemplo, é comum que esses alunos utilizem aplicativos que potencializem seu conhecimento aprendendo com o celular. Esse é o lado interessante”, conclui Claube.
Adaptar as linguagens tendo em vista a compreensão e fazer uso das tecnologias durante o processo de aprendizagem é, além de uma realidade, uma necessidade de cada professor.
Por: Glenda Uchôa