O relógio localizado na Praça Rio Branco, no centro de Teresina, é um símbolo da modernização da cidade e que resiste ao tempo. Ele conta a história do desenvolvimento de um povo e do crescimento de uma região. A peça estava sem funcionar há quase 15 anos, quando ocorreu sua última manutenção, e, recentemente, passou por um processo de revitalização.
O reparo foi feito pelo relojoeiro Tarcísio Paiva, por intermédio da Prefeitura de Teresina, e conta com algumas novidades, como aviso sonoro a cada hora e músicas temáticas. O relógio está em teste e a conclusão desse processo deverá ser concluída em breve.
Instalado na década de 1920, o relógio foi colocado quando o local era conhecido como Praça do Livramento, ou Uruguaiana, e ficava localizado na região destinada à elite teresinense. O relógio é inspirado no estilo Art déco, que começou na Europa, em 1910, e faz uso de formas geométricas, ornamentos e design abstrato.
O professor e arquiteto Paulo Vasconcelos explica que a Praça Rio Branco foi o espaço onde a cidade começou a receber os melhoramentos urbanísticos da Revolução Industrial, como água encanada, energia elétrica, calçamento e a primeira praça.
“O relógio não é exatamente da época da implantação da praça. Ele acontece após uma reforma que teve no período getulista, no começo da década de 30, e a praça, que até então tinha uma linguagem Art nouveau, com coreto, postes em ferro fundido e bancos, ganha uma feição de praça Art déco, com luminárias de globo e bancos tradicionais, que ainda hoje existem na Praça Pedro II, e nesse período veio o relógio”, conta.
O local, então, passou a ser chamado de ‘esquina do relógio’, que foi também um dos primeiros pontos de táxi de Teresina. Era um marco no centro da cidade e um ponto de encontro. A implantação de relógios em praças, igrejas e locais de destaque era recorrente no século passado e ocorreu em diversas capitais.
Em um dado momento da história, o relógio ficou abandonado e parou de funcionar. No início dos anos de 1990, o relógio passou por uma reforma e voltou a marcar as horas. Os técnicos responsáveis pela manutenção vieram de Juazeiro do Norte, no Ceará, e eram especialistas em consertos de relógios antigos. Alguns anos depois, o relógio recebeu sua última pintura, fazendo uma releitura do Art déco, dando-lhe mais alguns anos de sobrevida. Sem manutenção, ele voltou a parar.
O professor Paulo Vasconcelos lembra que a Praça Rio Branco reunia os bares mais requintados de Teresina, além de importantes comércios, como farmácias, o que era algo diferenciado para a época, marcando o crescimento do Centro e fazendo com que os mais nobres se migrassem para outras áreas mais distantes.
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