A bromidrose é uma condição caracterizada pelo odor desagradável devido à sudorese, que pode ocorrer devido à interação entre o suor e as bactérias presentes na pele. Quando as glândulas sudoríparas apócrinas, localizadas principalmente nas axilas, virilha e região dos pés, são ativadas, elas secretam um suor mais espesso e rico em proteínas. Essas proteínas são rapidamente decompostas pelas bactérias que habitam a pele, resultando na formação de compostos sulfurados e ácidos que geram o odor característico.
Embora qualquer pessoa possa ter bromidrose, alguns fatores aumentam a propensão ao problema, entretanto, pessoas com glândulas sudoríparas hiperativas, que produzem suor excessivo, são mais suscetíveis. Além disso, condições como diabetes, doenças hormonais e obesidade também podem contribuir para a intensidade do odor. A dieta rica em alimentos como alho e cebola, que afetam a composição do suor, e o uso de roupas sintéticas que não permitem a adequada ventilação da pele também são fatores relevantes.
No caso da hiperidrose, o tratamento é feito com substâncias que vão controlar a quantidade de suor. Para a bromidrose, também podem ser utilizadas as mesmas substâncias, porém, o resultado será voltado para controlar a flora local. Essa flora consiste em um conjunto de microrganismos que vivem em uma determinada região do corpo, podendo ser bactérias, fungos ou vírus e que, quando aumentadas, podem aumentar o odor.
A especialista comenta que estudos comprovaram que a bromidrose pode ter uma predisposição genética. Contudo, é importante destacar que a boa higienização corporal é essencial para evitar o odor indesejável. Assim, o cuidado com a higiene deve ser aplicado tanto para a pele quanto para as roupas.
“Quem já tem a bromidrose, ou tendência à doença, irá acumular excesso de queratina ou alguma bactéria e, ao reutilizar alguma roupa, pode produzir mais rapidamente o mau odor. Para quem não sofre com esse problema e utilizou a roupa por poucas horas, não tem problema algum reutilizá-la em outro momento”, destaca Débora Eulálio. Vale destacar que o suor é um líquido expelido pelo corpo e tem como função auxiliar na manutenção da temperatura corporal e, em geral, não deve apresentar cheiro. Porém, no período da adrenarca, fase da adolescência que aumenta a produção de hormônios, é comum o aumento de suor nas regiões íntimas, como genitálias, além das axilas.
“É por isso que nessa época os adolescentes começam a sentir esse cheiro mais forte, porque as glândulas dessas regiões começam a produzir um suor com odor de feromônio. Aumentando a quantidade de suor por essas glândulas, que são as principais da bromidrose e das regiões que vão ter mais bactéria, pode fazer esse adolescente começar a sentir esse odor. Mas também pode acontecer dele não sentir nada e só perceber isso na fase adulta”, comenta a médica dermatologista.
Tratamento para bromidrose
O tratamento da bromidrose é feito por meio de ácidos que vão alterar o PH e a proliferação bacteriana local e, quando associada à hiperidrose, o cuidado deve ser simultâneo. Em geral, o procedimento é iniciado com desodorantes que tenham concentração de alumínio maior, servindo como um tampão na glândula de suor. São utilizados antibióticos locais e antifúngicos. Em casos mais moderados, pode ser recomendado o uso de medicação oral, controlando a produção de suor.
Outros tratamentos indicados são: terapias com toxina botulínica, que reduzem a produção de suor, e, em casos extremos, procedimentos cirúrgicos para remoção das glândulas sudoríparas podem ser considerados.
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