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Dia Mundial do Veganismo: um estilo de vida por um mundo melhor

Atualmente, cerca de 14% da população se identifica como vegetariana e, aproximadamente, 5% como vegana

01/11/2024 às 11h05

O Dia Mundial do Veganismo, comemorado em 1º de novembro, é uma data que promove a conscientização sobre o veganismo, um movimento que se opõe ao consumo de produtos de origem animal. Diferente dos vegetarianos, que não consomem carne, mas podem incluir laticínios e ovos em sua dieta, os veganos vão além: evitam todos os produtos de origem animal, incluindo alimentos, roupas, cosméticos e até medicamentos testados em animais. O veganismo representa um estilo de vida que abrange todos os aspectos do cotidiano, defendendo os direitos dos animais e a redução do impacto ambiental.

No Brasil, a adesão ao veganismo e vegetarianismo tem crescido significativamente. Atualmente, cerca de 14% da população se identifica como vegetariana e aproximadamente 5% como vegana, segundo dados de 2022, como apontam pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e por estudos de mercado, como os realizados por empresas de pesquisa e organizações ligadas ao veganismo. Esse aumento reflete uma crescente preocupação com questões de saúde, ética e meio ambiente.

A importância do veganismo é destacada pela sua contribuição para a sustentabilidade. A pecuária é responsável por uma grande parte das emissões de gases de efeito estufa, além de causar poluição da água e desmatamento. Organizações como as Nações Unidas têm incentivado a redução do consumo de produtos de origem animal como uma forma de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

O Dia Mundial do Vegetarianismo, celebrado em 1º de outubro, também merece menção, pois muitos veganos começam sua jornada por meio do vegetarianismo, que é uma forma menos restritiva de protesto contra o consumo de carne. Foi o que aconteceu com Isabel Moura, diretora e fundadora da Associação Piauiense de Proteção e Amor aos Animais (Apipa), instituição sem fins lucrativos localizada em Teresina que acolhe animais abandonados e vítimas de maus-tratos.

Isabel Moura é vegana há 13 anos, mas sua relação com os animais e com aquilo que consumia começou bem antes, ainda em 2007, quando ajudou a fundar a Apipa, o que soma 17 anos. Logo nos primeiros meses de fundação da ONG, ela tornou-se vegetariana e, após cinco anos, decidiu se tornar vegana, mudando não somente os hábitos alimentares, com retirada de ovos e derivados do leite, mas também produtos de origem animal, como roupas, sapatos, cosméticos, entre outros.

Iniciativas como o "Segunda Sem Carne" ajudam a explorar opções de produtos veganos disponíveis no mercado - (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil
Iniciativas como o "Segunda Sem Carne" ajudam a explorar opções de produtos veganos disponíveis no mercado

Tornei-me vegana pelos animais, pois achava incoerente eu cuidar de uma instituição que salva vidas e contribuir para matá-los. Quer dizer, eu mesma não matava, mas pagava para matar, então não tinha lógica nisso. Com o tempo fui tendo mais entendimento sobre o assunto e sou vegana pelos animais, mas também pelo planeta e pelas próprias pessoas

Isabel Moura diretora e fundadora da Apipa

O novo estilo de vida trouxe a Isabel Moura não apenas um novo olhar para os animais e a importância de tratá-los de forma digna, mas também em diversos aspectos de sua vida, como físico, mental e até espiritual. Ser vegana, segundo ela, refletiu em mudanças no corpo, através dos hábitos alimentares mais saudáveis, quanto em sua conduta, por não compactuar com os maus-tratos praticados contra os animais.

“A alimentação à base de plantas é muito mais saudável. E essa atitude mudou minha vida de todas as formas, tanto espiritualmente, porque ficamos devendo aos animais essa libertação; fisicamente, pois não tenho nenhum problema de saúde, como diabetes, anemia, colesterol alto. Faço exames anualmente e todas as minhas taxas estão normais. E mudou minha vida também mentalmente, porque depois que você entende e vê que não é necessário matar os animais para se alimentar, mentalmente você fica mais tranquilo. Infelizmente continuamos sofrendo por ver a matança acontecendo, e vai continuar por muito tempo, mas, em relação à minha pessoa, me sinto tranquila, pois sei que não faço parte desse assassinato, desse holocausto eterno contra os animais”, disse.

Pequenas mudanças, grandes ações

Adotar uma dieta vegana ou vegetariana pode parecer desafiador, mas pequenas mudanças podem levar a grandes resultados. Iniciativas como o "Segunda Sem Carne" ajudam a explorar opções de produtos veganos disponíveis no mercado, especialmente para quem deseja reduzir o consumo de produtos de origem animal.

Isabel Moura conta que se tornar vegana foi apenas uma das pequenas atitudes e mudanças que ela implementou em sua vida como forma de mudar a realidade dos animais. Mesmo em meio aos desafios, a fundadora da Apipa enfatiza que irá continuar com seus objetivos, que é cuidar e proteger os animais.

“A motivação é saber que, por mais que eu esteja fazendo muito pouco, tenho colaborado para salvar muitas vidas, tirar muitos animais do sofrimento e de situações terríveis, e fazer algo por eles, ainda que seja algo pequeno. Sempre quero amanhecer lutando por eles, pensando o que posso fazer para que a vida deles melhore a cada dia, que estão sofrendo nas ruas, abandonados. A cada dia me levanto com muitas dificuldades, mas acordo com a coragem que Deus me dá para continuar essa luta por eles”, conclui Isabel Moura, diretora e fundadora da Apipa.


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