Com a presença de lideranças comunitárias e representantes de órgãos públicos e da sociedade civil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promoveu, na tarde da última sexta-feira (19), a oficina “Um território de informações: potencialidades dos dados do Censo 2022”. A atividade fez parte das ações de divulgação do Censo Demográfico 2022 - Quilombolas: Alfabetização e Características dos Domicílios, realizada na Escola Municipal de Tempo Integral Negro Cosme, no bairro da Liberdade em São Luís (MA).
As 53 pessoas presentes conferiram os aspectos técnicos e operacionais do Censo 2022, resultados e ferramentas, que são primordiais para auxílio e tomada de decisão de gestores locais. A primeira parte da oficina foi dedicada a apresentar a pesquisa, os números da operação e potencialidades dos dados. Ao apresentar as novidades desta edição, sobretudo as inovações e aparato tecnológico que colaboraram para a eficácia do gerenciamento dos dados, o técnico do IBGE e responsável pela codificação do Censo Demográfico 2022, Rafael Kessler Fernandez, pontuou que “o processo de coleta foi viabilizado a partir da comparação entre o cadastro da Aneel e os pontos de coleta do recenseador, permitindo assim, em caso de divergência, verificar as intercorrências”.
Ao explanar as potencialidades que os dados podem proporcionar aos gestores locais, a responsável pelo Projeto Técnico de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta de Oliveira Antunes, destacou que “as informações que foram apresentadas permitem que gestores públicos da área da educação possam ter um perfil mais próximo possível da realidade, de tal modo que suas ações sejam capazes de combater com mais eficácia, por exemplo, o analfabetismo”.
Em seguida, o gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas, da Coordenação de Estruturas Territoriais, da Diretória de Geociências (DGC), Fernando Damasco, e o assessor técnico especializado da Superintendência do IBGE no Maranhão, João Ricardo Silva, apresentaram as principais ferramentas de acesso aos dados produzidos pelo IBGE, como o Panorama do Censo 2022, o Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI). A gerente de Mapeamento de Recursos Naturais, Luciana Temponi, conduziu a apresentação do Banco de Dados e Informações Ambientais (BDIA).
Para finalizar a oficina, o técnico Rafael Kessler Fernandez retomou a apresentação com a retrospectiva dos temas já divulgados no Censo 2022 e as perspectivas para as próximas divulgações, com destaque para o Censo Demográfico 2022: Registro de nascimentos: Resultados do universo, com divulgação prevista para o dia 08 de agosto.
Dados que alcançam a comunidade
Além da presença dos gestores públicos, a oficina contou com a participação de moradores da comunidade da Liberdade, estudantes e demais representantes de instituições e projetos sociais. Para o analista de dados do Sebrae Maranhão, Isaías Rocha, o interesse em conhecer os dados atuais, referentes aos quilombolas, é primordial para as diversas frentes de trabalho que a instituição vem desenvolvendo no estado. “Atualmente, na Unidade de Estratégia e Transformação do Sebrae Maranhão, estamos atuando em um projeto com foco nas comunidades quilombolas. Utilizar os dados do Censo 2022 é muito importante para termos condições de executar as atividades em um tempo hábil e com uma riqueza tão grande de informações. O Sidra, por exemplo, é a nossa base de API em que extraímos os dados”, enfatizou Rocha.
Com a perspectiva de levar os dados do IBGE para as pesquisas científicas, o estudante do curso de Estatística Pública da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Francisco Tugna, aproveitou o momento para sanar suas dúvidas com os mediadores da oficina e compartilhou que “as ferramentas disponibilizadas pelo IBGE possibilitam o acesso de forma mais fácil, aproximando a população das pesquisas que retratam não só os povos tradicionais como o Brasil”.
A oficina também foi estratégica para servidores do município de São Luís que atuam na coordenação e gestão da Legislação Urbanística da capital. “Hoje, a nível de município, não temos condições técnicas de fazer uma pesquisa tão grandiosa como o IBGE tem. Logo, a base dos nossos dados é o IBGE e, querendo ou não, aprender a mexer em todas essas plataformas e sites é muito importante para otimizar o nosso trabalho”, mencionou Thalyta Fernandes, superintendente de pesquisa do Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural (Incid) de São Luís.
Compartilhando do mesmo interesse pela oficina, a representante da Secretaria Municipal de Igualdade Racial de Cantanhede (município localizado a 170 km de São Luís), Rosângela Ludovico, mostrou-se entusiasmada ao conhecer os dados e ferramentas disponibilizados pelo IBGE para o desenvolvimento de ações para o município. “Venho de uma cidade com mais de 24 mil habitantes e com a presença de vários quilombos. Poder me deslocar até aqui para acompanhar toda essa programação, a oficina, é essencial para as políticas públicas e criação de editais favoráveis ao nosso município”, frisou Ludovico.
Censo 2022
O Censo Demográfico se constitui em um marco estatístico nacional, sendo ele a principal fonte de dados sociodemográficos e econômicos do país e a única pesquisa capaz de disponibilizar resultados em níveis municipais e intramunicipais. Os dados da mais completa operação estatística realizada no país, que vai a todos os domicílios dos 5.570 municípios brasileiros, são fundamentais tanto na administração pública quanto no planejamento social e econômico dos municípios.
De posse desses dados, as instâncias executivas e legislativas, os profissionais e pesquisadores e a sociedade de forma geral passam a contar com um amplo conjunto de informações que lhes ajudarão não só na formulação, como também no acompanhamento e na avaliação de diversas políticas públicas.
Os dados da décima segunda divulgação nacional do Censo 2022 podem ser conferidos na Plataforma Geográfica Interativa (PGI), no Panorama do Censo 2022e no Sidra.
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