Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Morre o jurista Celso Barros Coelho aos 101 anos

Ele foi um dos juristas mais renomados do país e assumiu mandatos de deputado estadual e federal

10/07/2023 às 14h50

26/09/2023 às 22h01

O advogado Celso Barros Coelho, um dos mais renomados juristas do Brasil, morreu no início da tarde nesta segunda-feira (10), em Teresina. Ele completou 101 anos no mês de maio deste ano.

O Portal O Dia apurou que Celso Barros apresentou problemas de saúde e foi internado no Hospital São Marcos, mas não resistiu e acabou falecendo. A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, entidade que foi presidida por Celso Barros por seis vezes (1962 e 1974) e no qual ele é Membro Honorário Vitalício da instituição, lamentou a morte através de comunicado oficial.

LEIA TAMBÉM: Celso Barros: o centenário de um homem extraordinário

"É com profundo pesar que a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, comunica o falecimento do jurista, ex-presidente e Membro Honorário Vitalício da instituição, Celso Barros Coelho, aos 101 anos, no início da tarde desta segunda-feira (10/07), em Teresina", disse a nota.

O velório está confirmado para acontecer a partir das 17h30, no Auditório da OAB-PI. Já o sepultamento acorrerá nesta terça-feira, às 09h, no Cemitério da Ressureição.

Celso Barros Coelho  - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Celso Barros Coelho

Biografia

Nascido em 11 de maio de 1922, em Pastos Bons, no Maranhão, filho de Francisco Coelho de Sousa e de Alcina Barros Coelho, Celso Barros Coelho iniciou seus estudos no Seminário Menor de Teresina, em 1938, aos 16 anos, do qual foi seminarista até 1945. Dali, começou sólida formação, com domínio do latim, grego, francês, italiano e espanhol, além de profundo conhecedor da língua portuguesa e da literatura brasileira e universal.

Após a conclusão do Seminário, adveio logo convite da Igreja Católica para morar na Itália, o qual teve que recusar, pela impossibilidade de viajar por ser órfão de pai e, sendo o primogênito, por considerar-se também responsável pelo destino dos irmãos. Permaneceu em Teresina e iniciou brilhante carreira no magistério, sendo Professor do próprio Seminário Menor de Teresina, Colégio Diocesano, Colégio das Irmãs, Liceu Piauiense, Colégio Demóstenes Avelino e Escola Normal Antonino Freire, com as disciplinas de português, francês, latim e grego.

Graduou-se na Faculdade de Direito do Piauí, em 1953, aos 30 anos de idade. Acumulou cultura jurídica, demonstrada nas aprovações de concursos públicos para Juiz de Direito, Promotor de Justiça, Auditor e Procurador Federal e de Professor da UFPI, titularizando-se na cátedra de Direito Civil até 1992, aposentado compulsoriamente pela idade (70 anos). Foi Professor de Direito Civil na Universidade Nacional de Brasília (UNB).

Advogado há 65 anos, presidiu a OAB/Piauí por 11 anos e notabilizou-se como criminalista na década de 1960. Ao enveredar para a política partidária, foi Deputado Estadual, com mandato cassado pela Ditadura de 1964, e Deputado Federal por dois mandatos. Entrou para a Academia Piauiense de Letras, da qual foi Presidente, tendo dezenas de obras jurídicas, filosóficas e de cunho político e social publicadas. Casou-se com Maria de Lurdes Freitas Coelho, com quem teve três filhos (José Newton de Freitas Coelho, Maria Eugênia Celso Coelho de Santana e Celso Barros Coelho Filho), e em segundas núpcias com Antônia Campelo Faustino Barros, com quem tem uma filha, Karine Campelo de Barros Canabrava.

Marco Vilarinho / O Dia

Mais sobre: