Ela tem nome de atriz famosa de Hollywood: Brooke Shields, a intérprete de “Emmeline” do icônico filme “A Lagoa Azul”. O nome foi colocado pelo pai - fã da atriz – que pôs na filha o nome igualzinho ao da atriz americana. Só que ao invés dela ingressar no mundo do cinema, a “Brooke Shields piauiense” resolveu adentrar aos gramados do futebol feminino piauiense. Natural de Brasileira, cidade que fica a 183 km de Teresina, jogar futebol era só um sonho distante para a pequena garota do interior do Estado.
Mas persistente como ela é, o sonho virou realidade. Entre competições de base do futebol de campo e do futsal, a atacante chegou ao futebol profissional. E conquistou o seu primeiro título profissional da carreira no último fim de semana, quando – junto às demais atletas – faturou o Campeonato Piauiense Feminino com Tiradentes. O Amarelão da PM empatou em 3 a 3 no tempo normal com as Abelhas Rainhas, de Picos, e nos pênaltis venceu as adversárias por 4 a 3.
Shields não estava em campo, por estar se recuperando de uma lesão que sofreu após marcar seu primeiro e único gol no Estadual deste ano, diante do Piauí. Mas nem mesmo o problema físico tirou dela a alegria de conquistar a primeira taça profissional de sua carreira.
"Então foi literalmente tudo com o dinheiro da nossa família. Mas, graças a Deus, a gente enfrentou tudo com muita garra, muita cabeça erguida”, conta a atacante do Tiradentes.
As dificuldades financeiras não são uma realidade vivida apenas pela Brooke. O futebol feminino piauiense sobrevive diante da falta de apoio, de estrutura e de calendário. É um empecilho para as garotas que sonham em viver e se sustentar do futebol. As poucas que conseguem se destacar precisam ir para fora do Piauí para jogar em equipes de maior destaque no futebol brasileiro, a exemplo de Adriana, hoje na Seleção Brasileira e no Orlando City, mas que também já jogou pelo Corinthians.
Recentemente, Brooke Shields conquistou um apoio financeiro importante para continuar sua jornada no futebol e não desistir: a atleta foi contemplada com o Bolsa Atleta, benefício concedido pela Secretaria dos Esportes do Piauí (Secepi) para mil atletas aqui do Estado.
“Se não fosse pelo Bolsa Atleta, eu nem estaria aqui, porque me ajudou muito. O edital foi lançado em junho e pouco depois já estava recebendo. Com certeza é um apoio a mais para seguir no esporte” afirma. Em 2024, a atleta espera continuar no Tiradentes, que terá no calendário o Campeonato Piauiense Feminino e a Série A3 do Brasileirão. Aliás, com o sonho realizado de levantar uma taça estadual, ela já elenca a próxima meta para tentar cumprir: ser campeã de um torneio nacional, algo que o Amarelão da PM também quer no ano que vem!