O Estado do Piauí assinou na manhã desta terça (20) o termo de adesão à estratégia do UNICEF para cobertura e busca ativa vacinal em todo o estado. De acordo com o secretário de saúde do Piauí, Antônio Luiz, 19 das 20 vacinas que fazem parte do programa mundial estão foram do percentual ideal de cobertura no estado, apenas a BCG, que combate a tuberculose, está dentro do perfil exigido pela Unicef. O gestor criticou o avanço das fake news no período da pandemia e destacou que o desafio é propor uma mudança cultural no estado.
O evento ocorreu na sede Associação Piauiense de Municípios (APPM), e teve a participação da chefe de Saúde do Unicef no Brasil, Luciana Phebo, da coordenadora do pacto pelas crianças do Piauí, Isabel Fonteles, representantes das secretarias estaduais e prefeitos.
O secretário de saúde atacou duramente as notícias falsas e explicou como a parceria funcionará na prática.
“A UNICEF entrará com o apoio, ajudando os municípios, trabalhando com a busca ativa, indo nas residências. Na parte da educação também, exigindo o cartão de vacina para a matrícula nas escolas. É uma coisa inacreditável isso, as fake news sem nenhum apoio científico conseguiram mudar a cabeça de muita gente que já tinha certeza que vacina era uma coisa boa. Isso é difícil mudar. Os municípios precisam agora fazer campanhas maiores, as vezes ir na casa das pessoas e mostrar para que as pessoas percebam que sem vacinação é muito pior. Você imagina voltar a paralisia infantil no Brasil ?”, disse o gestor.
Luciana Phebo destacou como se dará a parceria com as cidades e lamentou o cenário preocupante.
“As coberturas vacinais de crianças no Brasil vêm diminuindo desde 2015 e com a pandemia a queda aumentou. A situação é grave já que muitas crianças estão descobertas com relação a suas vacinações. Isso significa que essas crianças podem morrer por doenças que estão prevenidas pelas vacinas. Vacinas salvam vidas. A unicef vem trabalhando com o Ministério da Saúde, com as secretarias estaduais e municípios para avançar a cobertura”, afirmou.
A estratégia mobilizará coordenadores municipais de imunização, secretários de saúde, articuladores do selo unicef e mobilizadores da educação direcionando aos coordenadores municipais os programas de busca ativa para elevar a taxa de vacinação.
Antônio Luiz traçou um panorama da cobertura vacinal no Piauí.
"Inicialmente foram 183 municípios que aderiram a busca pelo selo Unicef, hoje temos 143 municípios trabalhando ativamente. Estamos ajudando os municípios, temos o painel no site da sesapi com o vacinômetro para acompanharem a cobertura. Em 20 vacinas que fazem parte do programa, duas delas tem que ter cobertura maior ou igual a 90% e 18 maior que 95%. A única vacina que está com uma taxa aceitável no Piauí é a BCG, o restante estão com um índice menor. Das 20 vacinas monitoradas, 19 estão com a taxa menor que o aceitável. Todas elas precisam ter a ação dos município”, concluiu.
Intersetorialidade
A metodologia de integração da Unicef com vários setores da gestão pública poderá ser um diferencial importante do programa, como explica Luciana Phebo.
“Apenas o setor Saúde não é suficiente, a intersetorialidade, ou seja, chamar a educação, chamar a assistência social para essa busca ativa das crianças é fundamental. Envolver as escolas, os cras, os conselhos tutelares para buscar caminhos para as crianças que não foram vacinadas. Nossa proposta é fazer a busca ativa vacinal para chamar os serviços de assistência social”, finalizou.
Pacto pelas crianças quer 90% de vacinação
A primeira-dama do estado e coordenadora do pacto pelas crianças, Isabel Fonteles, explicou como o programa tem trabalhado em parceria com as secretarias de saúde para elevar a vacinação no Piauí.
“Através do pacto pelas crianças no Piauí a gente quer aumentar a cobertura vacinal das nossas crianças para mais de 90%, o que hoje está muito baixo, em torno de 70%. Estamos implementando a carretinha da saúde com serviços de oftalmologia, odontologia e audiometria para as crianças e estamos também levando a vacinação. Um dos condicionantes para o atendimento é que o cartão de vacina esteja atualizada. Uma tentativa de aumentar essa cobertura no nosso estado”, finalizou.