Atualmente, há cerca de 40 ossadas humanas sem identificação no Instituto Médico Legal (IML). A Perícia Científica do Piauí tem trabalho para identificar esses restos mortais e pede que os familiares de pessoas desaparecidas busquem o IML para um possível reconhecimento.
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Por mês, cerca de quatro corpos sem identificação permanecem no IML e não são reivindicados por familiares. Os cadáveres são enterrados em covas cedidas pelas Prefeitura de Teresina ou Governo do Estado. Antônio Nunes pontua que não há um prazo limite para que os corpos sejam enterrados. Já no caso das ossadas humanas, elas permanecem no IML, em média, por seis meses.
Segundo Antônio Nunes, perito geral da Polícia Científica do Estado, alguns cadáveres estão sendo doados para instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Piauí (UFPI), destinado ao setor de Bioarqueologia. O Campus de Picos também já recebeu uma doação e outros convênios estão sendo firmados para que outras ossadas sejam destinadas para a UFDPar, em Parnaíba, e no Sul do Estado.
“Aguardamos seis meses ou mais para ter a chance de entregar [os restos mortais] para a família, ter que se tenha uma sepultura, mas mesmo assim tem juntado muitos. Paralelo a isso, temos buscado outros meios legais e vão até ajudar a socorrer pessoas no futuro. Temos convênios com universidades para doar esses cadáveres para estudo. Pessoas indigentes, sem identificação, no fim de suas vidas, vão ajudar a formar outras pessoas que vão salvar vidas na área da Saúde”, disse o perito geral.
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Em 2020, a Polícia Científica recebeu investimentos que tem ajudado na identificação desses corpos, como a criação do Instituto de DNS Forence, da ordem de R$ 2,2 milhões em equipamentos, além da adaptação do prédio, que girou em torno de R$ 400 mil.
“O reconhecimento das ossadas torna-se mais difícil, especialmente pela falta de feições. Damos o conhecimento (dos corpos e ossadas humanas) por meio da imprensa, mas não aparecem as pessoas. Fazemos o perfil genético no Instituto de DNS Forence e colocado no Banco Nacional de Desaparecidos, e enterramos”, conta Antônio Nunes. Em geralmente, os corpos e ossadas humanas que existem no IML são oriundos de mortes violentas ou naturais.
Tem um familiar desaparecido? Saiba como proceder
Quem tiver um parente desaparecido, pode buscar a Instituto Médico Legal (IML) munido de documento oficial e fotos do familiar. Essas informações serão incluídas no Banco Nacional de Desaparecidos e no Banco Nacional de Perfis Genéticos.
“Nós temos o serviço social, que irá acolher essa pessoa, inclusive com psicólogos, e nossos peritos vão fazer uma análise para saber se é de alguém que está conosco. É muito importante que as pessoas nos procurem, pois muitas dessas ossadas que temos aqui hoje, não identificadas, são de pessoas que a família resolveu abandonar e, às vezes, são pessoas em situação de rua”, concluiu Antônio Nunes, perito geral da Polícia Científica do Piauí.
O Complexo do Departamento de Polícia Técnico Científica (DPTC) fica localizado na Rua Francisca de Melo Lobo, s/n - Saci, zona Sul de Teresina.