Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologista para a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), embora a mamografia seja o melhor exame para identificar o câncer de mama, apenas 46,2% das mulheres o fizeram uma vez ao ano e 27% nunca fizeram. Os fatores são variados: dificuldade de acesso (64,9%), medo de encontrar alguma coisa (54,5%) e até não saber como se detecta (54%).
Para o Brasil, estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres. No Piauí, a estimativa para o ano de 2020 do número de casos novos de câncer é de 590 para mama, com média de 35 casos para cada 100 mil habitantes. Na capital, Teresina, estima-se o surgimento de 220 novos casos da doença, 49 casos para cada 100 mil habitantes.
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina ocupa a primeira posição mais frequente em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 81,06 por 100 mil na Região Sudeste; de 71,16 por 100 mil na Região Sul; de 45,24 por 100 mil na Região Centro-Oeste; com média de 13.190 casos por 100 mil na Região Nordeste, sendo esse o primeiro tipo de câncer com maior incidência entre as mulheres, (27,3%); e de 21,34 por 100 mil na Região Norte.
(Foto: Reprodução/Freepik)
No Brasil, ocorreram, em 2017, 16.724 óbitos por câncer de mama feminina, o equivalente a um risco de 16,16 por 100 mil, segundo o Inca. Não existe somente um fator de risco para câncer de mama, no entanto a idade acima dos 50 anos é considerado o mais importante.
Outros fatores que contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença são fatores genéticos (mutações dos genes) e fatores hereditários (câncer de ovário na família), além da menopausa tardia (fatores da história reprodutiva e hormonal), obesidade, sedentarismo e exposições frequentes a radiações ionizantes (fatores ambientais e comportamentais).
Arrecadação de doações caiu mais de 80% durante a pandemia
A Fundação Maria Carvalho Santos e os projetos desenvolvidos pela instituição são mantidos por meio de doações.
Contudo, devido à pandemia da Covid-19, muitos dos recursos deixaram de chegar
à instituição e, com isso, os projetos tiveram que ser paralisados.
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“Quando recebemos alguma colaboração, aplicamos nos projetos que temos, que são 56 ao todo. É claro que só podem ser feitos se houver recursos, mas nunca temos recursos suficientes, com isso, só fazemos de três a quatro projetos por ano. Com a pandemia houve um impacto enorme nessa arrecadação das colaborações, até porque nossos mensageiros não puderam sair para buscar esses recursos e nossa arrecadação caiu em torno de 80% nesses meses de abril a julho. Não estávamos conseguindo captar nem 20% do que conseguíamos. Isso tem impacto sobre o nosso trabalho. Com isso, também não pudemos fazer nenhuma ação e alguns projetos foram suspensos”, enfatiza o presidente da Fundação, Luiz Ayrton Santos.
O mastologista destaca que, mais
do que nunca, é preciso apoiar as pessoas para que façam os exames, de forma a
identificar um possível câncer e buscar o tratamento ainda no início da doença.
O especialista ainda enfatiza que a quantidade de casos pode aumentar em 2020,
vez que muitas pessoas não tiveram acesso à saúde e diagnóstico precoce, já que
as clínicas e hospitais estavam fechados por conta da pandemia.
“Agora, mais do que nunca, estamos precisando voltar. A pandemia teve um impacto sobre o diagnóstico precoce. Muitas pessoas não fizeram a tempo seus exames e sabemos que isso pode impactar no controle da doença. É bem provável que 2020 tenhamos o pior índice de doenças no início. Por isso, estamos fazendo a telemedicina para poder, de uma forma ou de outra, atender aquelas pessoas que realmente têm uma lesão suspeita ou câncer para que elas não percam sua assistência no momento certo”, pontua.
Empresas e instituições devem ajudar as ONGs no combate ao câncer
As Organizações Não-Governamentais (ONGs) que desenvolvem ações voltadas para o controle do câncer necessitam muito da colaboração da sociedade em geral para conseguir desenvolver seus projetos no combate à doença. Ao apoiar a causa, a informação chega a um número maior de pessoas e, com isso, o controle da doença também aumenta.
“É preciso as pessoas entenderem que as ONGs trabalham direcionadas com ações de controle da doença. Quando uma empresa ilumina sua fachada de rosa, faz campanha do Outubro Rosa, isso é muito simpático, mas não tem impacto sobre o controle da doença. O que tem mesmo é quando essa empresa colabora com as ONGs. Cada ONG faz um trabalho e as empresas podem ver a melhor forma de colaborar. Na Fundação Maria Carvalho Santos, as empresas podem colaborar anunciando nas nossas camisetas do kit, ou no site da instituição, e esse recurso são convertidos nos nosso trabalhos e projetos de apoio às mulheres”, explica Luiz Ayrton Santos.
O presidente da Fundação Maria Carvalho Santos destaca que apoiar uma pessoa que está passando por dificuldade devido a doença, sensibiliza muitas pessoas. Contudo, quando a ONG faz um trabalho de luta em prol uma lei que garanta acesso ao tratamento ou medicamentos, por exemplo, esse benefício se estende a uma infinidade de pessoas. “É muito mais bacana trabalhar em cima da prática de leis que garantam acesso e ao tratamento correto do que só ajudar uma pessoa. Ajudando a todos, nos fortalecemos”, frisa o mastologista.
Por: Isabela Lopes