A estudante de Direito, Victoria Soares, de 23 anos, que foi agredida na região do rosto em seu apartamento pelo namorado Matheus Victor, denunciou nesta quinta-feira (11) que acionou por telefone a Polícia Militar (PM), mas a corporação não atendeu a ocorrência. Em uma rede social, ela disse que ligou para número 190, contudo, quase 24h depois do fato, nenhuma viatura chegou ao local.
“Fui agredida enquanto estava em ligação com a polícia e nenhuma viatura até agora (quase 24h) apareceu. Para filho de delegado a justiça é diferente? Não funciona?”, disse. A reportagem do O Dia entrou em contato a PM, que informou, através de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre o caso.
LEIA TAMBÉM: “Eu quero apenas ficar viva”, diz estudante de Direito agredida dentro de condomínio em Teresina
Nessa quinta-feira (11), a mãe da jovem, Dorinha Alves, acompanhou a filha durante depoimento à polícia. Segundo ela, essa não foi a primeira que Victoria foi agredida pelo namorado. Inclusive, ela tinha uma medida protetiva contra ele, que a obrigou retirar depois que o casal reatou a relação. Até uma arma de fogo a mãe já teve que tomar do rapaz dentro do apartamento.
“Foi aparecendo algumas coisas aqui, outras ali, e eu fui desgostando dele. Até já tive que tomar uma arma da mão dele dentro de casa. Algumas agressões foram ocultadas pela Victoria e eu só quero minha filha distante dele. Quem ama não maltrata, da carinho, mas por trás o Matheus maltratava ela”, disse.
A mãe afirmou ainda que toda a família pede justiça pelo caso. “Ele acabou com meu apartamento, ele vai pagar por tudo que ele fez comigo. A família inteira quer justiça. Do mesmo jeito que aconteceu com a minha filha, pode acontecer com a sua. O recado que eu dou é para mães prestarem mais atenção quando a sua filha for namorar, pois a primeira vista, ele parece um santo”, declarou.
“Eu quero apenas ficar viva”, diz estudante
Victoria Soares contou, nas redes sociais, detalhes de uma das noites em que foi agredida no apartamento. Nos relatos, a vítima conta que ao perceber que ele havia arrombado a porta, cogitou se jogar do prédio onde reside. “Ele derrubou a porta do meu apartamento e a única opção era me jogar da varanda”, disse.
A estudante conta que, diante do perigo, desceu para pedir ajuda. “Meu vizinho estava entrando no condomínio e eu me joguei no carro dele implorando socorro e entrei no carro. Ao dar a volta para sair, o Matheus pegou o carro dele e começou a bater no carro do meu vizinho", disse. "Eu quero apenas ficar viva", finalizou a estudante.
O caso
A história da estudante se tornou pública depois que ela publicou imagens nas redes sociais da lesão no rosto. As agressões teriam começado durante a madrugada da quarta-feira (10) dentro do apartamento em que ela mora em Teresina, após terem chegado de um restaurante.