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Graça Targino é a grande homenageada do SaLiPi

A homenagem acontece nesta sexta (07), durante a abertura do SaLiPi, que segue até o dia 16 de junho no Espaço Cultural Rosa dos Ventos, na UFPI.

07/06/2024 às 13h25

“A leitura é um estado de Graça”. E, de graça, Maria das Graças Targino entende bem. Quem tanto contou histórias, agora tem a honra de ver sua história sendo contada para todo o Piauí. A professora Graça Targino será a homenageada do Salão do Livro do Piauí (SaLiPI) 2024. O convite, recebido com surpresa pela agraciada, simboliza, na verdade, o reconhecimento de uma trajetória iniciada quando ela tinha apenas 22 anos. A homenagem acontece durante a abertura do SaLiPi, que segue até o dia 16 de junho no Espaço Cultural Rosa dos Ventos, na UFPI.

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“Eu não esperava. Foi uma grande surpresa, pois a homenagem do Salipi é muito concorrida, então fiquei muito feliz por ser a escolhida”, cita Graça Targino, professora doutora aposentada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Com mais de duas mil publicações, entre livros, catálogos, capítulos, matérias jornalísticas, artigos, palestras e cursos, Graça trabalhou como professora visitante nas universidades do Maranhão, do Ceará e a Bahia. Além disso, é colunista do Jornal O Dia desde 2003, se conectando com os leitores por meio de história, da cultura, do amor e de fatos cotidianos.

Graça Targino é a grande homenageada do SaLiPi - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Graça Targino é a grande homenageada do SaLiPi

Na UFPI, Graça Targino foi responsável por promover importante movimento na instituição. Ao organizar feiras de livros entre os anos de 1974 a 1976, permitiu que os estudantes tivessem acesso s publicações atualizadas. Os livros, que sempre lhe rodearam, hoje narram seus passos na vida acadêmia e pelo mundo. Emocionada, ela cita sua tese de doutorado, feita em 2009, “Jornalismo cidadão: informa ou deforma?”, premiado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), tornando-se fonte de pesquisa, inclusive para formulações de questões em concursos públicos.

Concursada, ficou à frente da Biblioteca da UFPI por 11 anos. O primeiro sistema de biblioteca da UFPI iniciou em 1972, surgindo assim, a Biblioteca Comunitária da Universidade, onde Graça Targino tornou-se diretora, aos 24 anos.

Graça Targino ficou à frente da Biblioteca da UFPI por 11 anos. - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Graça Targino ficou à frente da Biblioteca da UFPI por 11 anos.

Toda vida tive uma consciência social, e eu tinha muita frustração ao ver os alunos buscando as publicações, mas elas não existiam ou estavam desatualizadas.

Graça Targinoprofessora

"Na década de 1970 só existia uma livraria em Teresina. Os donos me ajudaram, enquanto eu buscava as editoras de outras regiões para conseguir livros em consignação, com um desconto significativo e elas ainda pagam o frete. As feirinhas foram um sucesso muito grande nessa época”, relembra.

Aos 20 anos, Graça Targino se formou em Biblioteconomia e documentação, e saiu de Recife, em Pernambuco, para Piripiri. Ela emendou a graduação com a especialização, mestrado e doutorado em Ciência da Informação. Após 11 anos à frente da Biblioteca da UFPI, Graça passou a dar aulas para os estudantes do curso de Jornalismo, porém, não era suficiente, Graça desejava mais. Ela sentia como se houvesse uma dívida com os alunos pelo fato de não ser formada na área. Targino decidiu que era hora de voltar para a sala de aula, mas, dessa vez, como aluna. Foi quando ingressou na graduação do curso de Jornalismo.

“Eu quero sair da administração, ser professora, pesquisadora, dar aula. Eu tenho alma de professora, porque professor é uma das poucas profissões que precisa ter vocação acirrada, pois não é fácil ser professor, ao mesmo tempo, é a coisa mais gostosa do mundo. Encarei a graduação em Jornalismo, emendei o Master e o Phd, em Salamanca, também em Jornalismo e, nesse meu último grande curso longo, lancei meu livro “Jornalismo cidadão: informa ou deforma?”, destaca a professora.

"Uma justa e merecida homenagem a essa mulher, que foi a primeira a empreender feiras literárias dentro da UFPI, abriu essa trilha, que hoje é percorrida pelo SaLiPi. Abraçamos a professora Graça Targino pela importância de ter feito esse trabalho lá atrás, na década de 1970, e o SaLiPi dá essa continuidade promovendo esse acesso facilitado ao livro e à leitura, sobretudo de crianças e adolescentes", destaca Kassio Gomes, presidente da Fundação Quixote.


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