Todas as regiões e estados brasileiros tiveram redução no número de óbitos entre os anos de 2021 e 2022, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentre as regiões, as maiores quedas foram registradas no Centro-Oeste (-21,7%) e Norte (-21,1%), e a menor, no Nordeste (-9,3%). O Piauí ficou entre os cinco estados que tiveram os menores recuos, com 6,3%, seguido da Bahia (-6,9%), Paraíba (-6,9%), Alagoas (-7,2%) e Rio Grande do Norte (-8,8%).
No recorte por faixa etária, chama a atenção a população com menos de 15 anos de idade, que houve aumento do número de óbitos de 2021 para 2022. No total, foram registrados 40,1 mil óbitos para pessoas de 0 a 14 anos, 7,8% a mais do que em 2021 (37,2 mil). O maior aumento se deu entre as crianças de 1 a 4 anos: ocorreram 6 mil óbitos, 27,7% a mais do que em 2021 (4,7 mil).
O resultado da pesquisa é compatível ao que foi encontrado no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde (SIM/MS), que também mostra um aumento do número de óbitos entre crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Os óbitos cujas causas foram doenças respiratórias como gripe, pneumonia, bronquiolite, asma e outras corresponderam a mais de 60% da diferença do total no número de óbitos nessa faixa etária entre 2021 e 2022.
“Considerando que a vacinação de crianças e adolescentes brasileiros se deu mais tarde do que a vacinação dos adultos, e que, portanto, eles demoraram mais a completar o esquema vacinal, é possível que a COVID-19 tenha contribuído fortemente para esse quadro”, justifica Klívia Brayner, gerente da pesquisa.
Em todas as demais faixas etárias, a partir de 15 anos ou mais, houve redução do número de óbitos, com destaque para as faixas etárias de 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos, que apresentaram a maior redução entre 2021 e 2022: queda de 30,1% e 30,5%, respectivamente.
A mortalidade também tem diferença no recorte por sexo. Entre 2021 e 2022, a redução relativa no número de óbitos femininos (-14,5%) foi inferior à masculina (-16,8%) e a razão de óbitos entre os sexos diminuiu de 124,1 para 120,8 óbitos masculinos a cada 100 femininos.
Piauí registra o menor número de nascimentos dos últimos 10 anos
Outros dados divulgados pelo IBGE apontam que, em 2022, o Piauí registrou o menor número de nascimentos dos últimos 10 anos. Essa queda representa um cenário de diminuição contínua no número de nascimentos na região desde o ano de 2018, que foi o último ano em que o estado registrou o pico de nascimento.
Desde então, houve uma tendência de queda, interrompida apenas em 2021, quando foram registrados 44.270 nascimentos. Em 2022, esse número diminuiu ainda mais, chegando a 41.701 nascimentos, marcando o menor registro desde 2012.
Analisando o contexto nacional, observa-se ainda uma tendência semelhante de declínio no número de nascimentos. O Brasil atingiu seu pico de nascimentos em 2015, mas desde então vem experimentando uma redução gradual.
Além do Piauí, outros 19 estados brasileiros também registraram seu menor número de nascimentos em 2022. Apenas sete estados não seguiram essa tendência. Entre os estados que apresentaram aumento no número de nascimentos em 2022, destacam-se Mato Grosso e Santa Catarina, com variações positivas de 1,82% e 2,03%, respectivamente.
No âmbito dos municípios piauienses, a redução no número de nascimentos foi significativa em 2022. Cerca de 70,09% dos municípios do estado registraram menos nascimentos, com algumas localidades apresentando quedas especialmente acentuadas. Os municípios de Aroeiras do Itaim, São Félix do Piauí e Pajeú do Piauí foram os mais impactados, com reduções proporcionais de 54,84%, 51,43% e 46,88%, respectivamente.
Mesmo nas áreas mais populosas do estado, como Teresina, Parnaíba, Picos e Piripiri, houve uma diminuição no número de nascimentos em 2022, evidenciando um fenômeno que não se restringe a áreas específicas, mas que abrange todo o território piauiense.