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O Governo do Piauí deve instaurar um inquérito policial para investigar os incêndios que vêm ocorrendo no Estado. A medida tem como objetivo apurar as possíveis causas das queimadas, que estão assolando especialmente o cerrado piauiense. No município de Canto do Buriti, por exemplo, um incêndio na região destruiu área equivalente a mais de oito mil campos de futebol na última semana.
Durante a reunião que contou com a presença do governador Rafael Fonteles e outras autoridades, realizada no Palácio de Karnak na tarde de segunda-feira (28), foi determinado à Secretaria de Segurança Pública que apure se os incêndios estão sendo causados por ações criminosas.
“Nós percebemos que a maioria dos incêndios têm como causa o ser humano que provoca o fogo e vamos motivar a polícia civil junto com a polícia científica, inclusive com a perícia, para identificar se a causa foi ou não criminosa. Aqueles que estiverem cometendo esse tipo de crime serão responsabilizados. ”, afirma o secretário de segurança, Chico Lucas.
Em junho e julho deste ano, o Piauí foi o segundo estado mais atingido por queimadas, com 27.255 hectares atingidos por incêndios. Já na primeira quinzena de agosto, o Estado registrou mais de 800 focos de queimadas. A quantidade de queimadas cresceu mais de 50% em relação ao ano passado, quando foram registrados 551 focos.
O número chama atenção para o fato de que é preciso haver uma conscientização da população acerca do assunto. “É importante que as pessoas tenham bom senso de que não podem provocar incêndio neste período de estiagem que estamos vivendo”, aponta o secretário.
Vale ressaltar que as queimadas podem acarretar ainda no aumento da temperatura e contribuir com o aquecimento global, tendo em vista que esse tipo de ação leva ao desequilíbrio dos biomas e ecossistemas.
Com a combustão da biomassa e com a queima da matéria vegetal, quantidades expressivas de dióxido de carbono e outros gases-estufa vão contribuir para alterar a composição química da atmosfera, o que contribui para o aquecimento global.
O especialista destaca ainda que “todo e qualquer mecanismo de supressão da vegetação provoca um impacto ambiental” e que as queimadas são extremamente prejudiciais não somente à biodiversidade, como também à fertilidade do solo.
“A atividade da queimada e do incêndio florestal é potencialmente danosa. Não apenas porque destrói completamente a biodiversidade e a variedade de espécies, mas também porque empobrece verticalmente a vida microbiana do solo, fazendo com que a fertilidade natural do solo também diminua. Além disso, os incêndios ameaçam fortemente os mananciais, as nascentes e os olhos d'água”, finaliza.