Segundo ela, a quantidade de
alunos aumentou cerca de 90% com a interrupção das atividades presenciais nas
escolas, e isso se deve pelo fato de que, além da dificuldade de acompanhar o
aprendizado dos filhos, muitos pais decidiram cancelar as matrículas e manter as
crianças apenas no reforço escolar.

Foto: Jailson Soares/O Dia
“A maior quantidade de alunos
veio depois que começou a pandemia, pelo fato das escolas não estarem ofertando
as aulas presenciais. Muitos pais optaram por cancelar a matrícula e escolheram
colocar no reforço para ter o acompanhamento de perto. A procura é tanta que estamos
com uma lista de espera, com crianças aguardando outras entrarem de férias para
começarem o reforço”, afirma.
A pedagoga explica que o Reforço Escolar Espaço Criança, localizado no bairro Morada Nova, zona Sul de Teresina, funciona com 10 crianças divididas em dois turnos, manhã e
tarde, com idades entre três e oito anos de idade. Pela manhã, a turma é
formada por alunos que estão matriculados no ensino regular e precisam de orientação
extra classe. Já a turma do turno da tarde é formada por alunos que não estão
matriculados em escolas e recebem aulas particulares.

Foto: Jailson Soares/O Dia
“Essas crianças da aula
particular são da faixa etária entre seis e oito anos, que estão aqui para o
aperfeiçoamento da escrita e da leitura. O que a gente faz é o básico, o
alfabeto, os dígrafos, as famílias silábicas simples e complexas, produção
textual, ensinando a produzir um texto, qual é a estrutura do texto e do poema.
O conteúdo simples da alfabetização”, explica.
Brenda Lara destaca ainda que,
devido à alta demanda, a equipe de profissionais deve dobrar em 2021 e mais uma
turma deverá ser aberta para garantir mais vagas. A expectativa é que, durante
o turno da tarde, duas turmas funcionem em horários diferentes no espaço.
Para garantir a segurança das
crianças, a pedagoga esclarece também que todos os alunos devem usar máscara e
fazer uso de álcool em gel. Além disso, os estudantes devem levar um par de
chinelos para ser usado somente no reforço, e isolar os calçados que usam para
ir até o local. Material e copos são de uso individual.

Foto: Jailson Soares/O Dia
Segundo ela, o retorno dos pais
com alunos matriculados no reforço é positivo. “Todos os pais pretendem continuar,
até pela questão da evolução das crianças e pelo rendimento, por ter também o
desestresse por estar saindo de casa, os feedbacks são maravilhosos e todos
garantiram continuar”, afirma.
A dona de casa Elza Brito é uma
das mães que optou por matricular o filho Pedro Henrique, de 10 anos, no
reforço escolar. A mãe relata que, mesmo em casa, não conseguia acompanhar com
qualidade o aprendizado do filho. "Eu sentia muita dificuldade em ensinar,
às vezes confesso que me faltava até um pouco de paciência, e ele, por não
estar acostumado com as aulas remotas, tinha mais dificuldade do que antes pra
entender alguns conteúdos, então a saída que eu encontrei foi procurar esse
acompanhamento especializado de uma professora de reforço", afirma.
Ela destaca ainda que, por serem
poucos alunos em classe, o reforço escolar lhe passou segurança de que o filho
não seria exposto à contaminação do novo coronavírus. "No horário que ele
estuda, é somente ele e mais duas crianças, é totalmente diferente de ter uma
sala cheia de alunos, e a professora também toma todos os cuidados pra evitar o
contágio, isso me deixou segura em fazer com que ele tivesse esse
acompanhamento presencial", diz.
A dona de casa conta que, após o
início das aulas de reforço, percebeu um avanço significativo no aprendizado do
filho, além de contribuir para que a criança tenha contato presencial com um
profissional qualificado. "Na idade dele, é muito diferente ter aulas
presenciais e ter aulas remotas. Estando com a professora no reforço, ele
consegue ter mais atenção e aprende mais do que somente assistindo pela tela.
Hoje eu percebo o quanto está sendo importante para ele".