A “epidemia” de potó, comum nessa época do ano, volta a preocupar os teresinenses, que tentam a todo custo saírem ilesos do período que os potós estão a solta pela cidade. Mas nem todo mundo consegue esse feito e, muitas vezes, são pegos de surpresa durante o sono ou em um momento de descuido. Esse foi o caso da contadora Livramento Moraes, cuja queimadura provocada pelo potó atingiu a região próxima ao olho.
Ela conta que consultou um oftalmologista e ele prescreveu dois colírios e uma pomada. A substância tóxica do potó chegou a atingir o próprio olho, que também ficou avermelhado. “Na verdade, não percebi o momento exato [do contato com o potó], mas sei que cheguei a ver potós em vários locais: em casa, na casa da vizinha, na calçada de casa (embaixo de uma árvore). Acredito que tenha sido enquanto dormia. Não consegui trabalhar com o olho inchado e lacrimejando”, diz.
A estudante de nutrição Francisca Gabrielly também está com queimaduras de potó no rosto, na região do nariz. As queimaduras incomodam e provocam dor e coceira. “Foi durante o sono e foi uma área grande porque ele não mijou um lugar só, mas pequenas quantidades em cada local. Eu estou tratando com um óleo que minha mãe, que é técnica de enfermagem, arranjou um pouco para mim”, conta.
Foto: Folhapress
A dermatologista Socorro Aragão explica que a queimadura do potó pode ser de 1º ou 2º graus. Quando a lesão é mais leve, com uma vermelhidão, é considerada de 1º grau. No caso das queimaduras mais sérias, com formação de bolhas, o caso é de 2º grau e inspira maiores cuidados com a região afetada.
Segundo a especialista, as pessoas não devem fazer uso de remédios caseiros ou de substâncias que não são indicadas para tratamento de queimaduras, mas são muito difundidas entre a população. Muita gente acaba aplicando creme dental, café ou manteiga sobre a queimadura, prática desaconselhada pela dermatologista.
Em todos os casos, porém, é importante limpar a área queimada. “Se você ver um potó em cima da pele deve lavar o local imediatamente”, reforça.
Entenda a “epidemia”
Com bom humor, muitos teresinenses têm repercutido através de memes a enorme quantidade de potós vistos pela cidade. Popularmente conhecida como “mijada de potó”, a queimadura é provocada pelo inseto Paederus Irritans, da família dos besouros. Ele libera uma substância tóxica como mecanismo de defesa, quando se sente ameaçado.
A “epidemia” do inseto é comum nessa época do ano devido ao clima. Com o fim do período de chuvas e aumento das temperaturas, o potó encontra o ambiente propício para sua reprodução. Ele também é atraído pelo calor do corpo humano e, por isso, costuma “atacar” áreas mais quentes do corpo, como pescoço, dobras dos braços e das pernas. O inseto é atraído, ainda, pela claridade e luz branca.
Por: Ananda Oliveira - Jornal O Dia