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Batimentos cardíacos podem indicar doenças e são fatores de risco de vida

Segundo especialistas, o número de batimentos cardíacos considerado normal está entre 60 e 100 por minuto, ou um batimento por segundo.

29/09/2018 08:39

Sentir o coração acelerado em momentos de tensão é uma sensação que provavelmente todos irão passar em algum momento da vida. Mas e quando é o contrário? Um coração que bate fora do ritmo só que de forma lenta e sem uma sensação tão aparente? Ambas as situações podem acontecer com recorrência e saber reconhecê-las adequadamente pode ser essencial para salvar vidas. No Dia Mundial do Coração, 29 de setembro, o Jornal O DIA faz um alerta sobre a importância do acompanhamento da frequência cardíaca correta.

Segundo especialistas, o número de batimentos cardíacos considerado normal está entre 60 e 100 por minuto, ou um batimento por segundo. Abaixo desse valor, quando ocorrem batimentos cardíacos lentos ou a pessoa apresenta sintomas como tonturas, escurecimento visual, desmaios, sente-se cansada e frequentemente ofegante, ela deve procurar um cardiologista para definição do diagnóstico.

Segundo o cardiologista Rafael Cardoso Jung, que trabalha na área da eletrofisiologia invasiva e estimulação cardíaca artificial, casos em que pacientes apresentam valores muito abaixo da média, como de 35 a 25 batimentos por minuto, isto representa risco de vida e que, provavelmente, a pessoa necessita de um implante de marcapasso definitivo.

“As alterações elétricas envolvem todas as idades, mas é mais prevalente em idosos. Quando você tem a frequência abaixo de 60 batimentos associado a quadros de arritmias, o marcapasso é uma opção terapêutica. Por isso, o acompanhamento médico é essencial para detectar esses diagnósticos. Mas o paciente também pode contribuir nesta prevenção”, ressalta o especialista.

Autoexame

A contribuição da qual o médico Rafael Cardoso fala é que uma medida simples de prevenção pode fazer com que esses quadros de anormalidade sejam identificados e, assim, corretamente tratados. “A pessoa pode colocar as pontas dos dedos abaixo do pulso, pressionar ou mover os dedos até sentir a pulsação, acompanhar os batimentos com um relógio. Ali ela vai saber se está no espectro seguro de 60 a 100 batimentos por minuto, ou se apresenta alguma disfunção”, destaca.


Rafael Cardoso explica como a pessoa pode medir seus batimentos (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

A taquicardia, quando o coração bate mais de 100 vezes por minuto, e a bradicardia, abaixo de 60, são os sintomas mais perceptíveis da arritmia, mas não são os únicos. Tonturas, cansaço e mal-estar também podem ser sinais de alterações. “Por serem doenças muito comuns, é importante fazer o autoexame e sempre fazer consultas rotineiras ao cardiologista”, destaca Rafael Jung.

Os principais exames para identificar problemas cardíacos são teste ergométrico, eletrocardiograma e Holter, aparelho que registra o batimento cardíaco enquanto o paciente pratica atividades cotidianas.

Tratamentos

O tratamento pode variar. No caso da bradicardia, pode ser indicado o uso de um marcapasso, um equipamento implantado embaixo da pele que emite impulsos elétricos para corrigir falhas no ritmo cardíaco.

No caso da taquicardia, o médico pode indicar a implantação de um desfibrilador automático, que detecta mudanças e, caso necessário, emite um choque para corrigir os batimentos do coração.

Evento conscientiza sobre prevenção a doenças cardíacas

Na semana do Dia Mundial do Coração, entidades ligadas à Sociedade Brasileira de Cardiologia realizarão atividades em Teresina. Neste sábado (28), por exemplo, haverá uma ação às 16h na Ponte Estaiada. O intuito é incentivar a prática de atividades físicas, cuidados com a alimentação e o acompanhamento médico adequado.

Vinícius Dutra, presidente da Liga de Cardiologia da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), é um dos estudantes que faz parte das ações de informação. “O intuito é que, nesta semana do coração, possamos dar orientações sobre prevenção de doenças cardiovasculares, alimentação, exercício físico, quando o paciente deve procurar o médico”, explica.


Equipe vai multiplicar informações neste sábado na Ponte Estaiada (Foto: Elias Fontinele/O Dia)

Pessoas que apresentam histórico familiar de doenças cardiovasculares devem ficar ainda mais atentas às recomendações. Além disso, diabetes, hipertensão e colesterol elevado também são fatores que aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas.

A prática de atividades físicas combinada com alimentação saudável é essencial para prevenir problemas futuros, além do acompanhamento médico regular.

Especialistas destacam ainda que, no caso do coração, algumas doenças chegam de forma silenciosa e, quando descobertas, podem estar em estágio avançado. É o caso da obstrução arterial, caracterizada pelo acúmulo de gordura na parede das artérias, que impede a passagem e a chegada do sangue aos tecidos. O processo de obstrução é o que ocasiona o infarto, por exemplo.

“Algumas alterações podem ser hereditárias, outras adquiridas. Por isso, é importante que as pessoas façam o acompanhamento médico regular principalmente em casos de aparecimento de sintomas”, reforça o médico cardiologista, Rafael Cardoso.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia
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