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Como prevenir o risco de crianças e adolescentes com "jogos perigosos"

O perigo pode se relacionar tanto com o excesso de tempo gasto com o jogo, tanto com os "comportamentos e consequências de risco" associados às regras do jogo.

27/08/2022 14:08

Desde 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem considerado os "jogos perigosos" (hazardous games, em inglês) como um distúrbio comportamental listado na Classificação Internacional de Doenças (CID). Dados do Instituto Dimicuida apontam que, até o ano passado, pelo menos 27 crianças e adolescentes morreram no Brasil ao tentarem algum destes jogos. 

Os "jogos perigosos" são definidos pela OMS como "um padrão de jogatina, online ou offline, que aumenta sensivelmente o risco de consequências prejudiciais à saúde mental ou física" de um indivíduo. O perigo pode se manifestar tanto pelo excesso do tempo gasto com a "brincadeira" quanto pelos "comportamentos e consequências de risco" associados diretamente às regras do jogo. 

(Foto: Reprodução/Pexels)

Mas como pais e responsáveis podem prevenir o risco desses desafios entre crianças e adolescentes quando a presença online se faz mais obrigatória a cada dia? "Proibir o acesso à internet não adianta e, assim, não chegamos a lugar nenhum. É preciso alertar as crianças da mesma maneira que você ensina a prestar atenção ao atravessar a rua, por exemplo", aponta a pediatra Evelyn Eisenstein, coordenadora do grupo de trabalho Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). 

"A internet é um local público e as pessoas podem colocar qualquer coisa lá. Deixar uma criança sozinha com o celular ou o computador é como largá-la no meio do Parque Ibirapuera e esperar que nada aconteça", informa a pediatra. 

A Psicológa Rosely Sayão explica ainda que é importante diferenciar a vigilância entre crianças e adolescentes, que demandam um monitoramento mais "discreto". "O ideal é fazer um trato de que ele vai usar o celular e as redes sociais, mas ciente de que os pais depois vão ver o que foi feito", ressalta. "Essa atitude já é um controle e pode fazer com que eles evitem algumas coisas."

Rosey frisa ainda que, acima de tudo, é importante que os pais não confiem nos filhos. "Tanto a criança quanto o adolescente vão agir de acordo com a idade que têm e desobedecer, se rebelar etc.", aponta. "É o contrário que precisa acontecer: os filhos que precisam confiar nos pais, para dividirem as dúvidas com eles.

Como os pais devem abordar o tema?

  • Alerte sobre os desafios que existem e por que eles são perigosos
  • Converse e alerte sobre a pressão social dos amigos e como não se deixar levar
  • Nunca deixar a criança ou o adolescente sozinho e trancado no quarto jogando videogames online
  • Procure saber e conheça quem está do outro lado da tela
  • Atente-se ao conteúdo disseminado pelos jogos
  • Estabeleça horários e regras para o uso da internet
  • Se necessário, espelhe o conteúdo do celular em uma TV

Fonte: Estadão Conteúdo
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