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CRM-PI constata falta de medicamentos no Hospital de Campo Maior

Durante fiscalização do Conselho foi constatada a falta de recursos para cobrir despesas básicas, além de uma equipe médica reduzida.

25/08/2018 09:51

Após um áudio vazado pela internet no início dessa semana, com denúncia da então diretora geral do Hospital Regional de Campo Maior, Jardênia Ribeiro de Sousa, a diretoria do Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), fez uma fiscalização em todas as dependências do hospital na última quinta-feira (23). Na oportunidade, a direção financeira do hospital reafirmou que os recursos não estão sendo suficientes para cobrir as despesas necessárias com insumos e medicamentos. Também falta uma série de medicamentos e a escala médica encontra-se reduzida, principalmente para algumas cirurgias.

O diretor financeiro do hospital, Robert Sousa Alves, confirmou as informações da ex-diretora Jardênia Sousa, de que mensalmente os fornecedores estão sendo pagos apenas com parte da dívida, pois o montante do recurso que chega não é suficiente para cobrir as despesas com insumos e medicamentos. Segundo o CRM/PI, neste mês de agosto, o recurso que entrou na conta do hospital foi de R$ 402 mil (referente a julho), aproximadamente R$ 239 mil são para pagar a folha de pagamento, além de outras despesas e somente sobram R$ 70 mil para pagar fornecedores, o que seria insuficiente. 

Segundo a direção do hospital, são necessários mensalmente um montante de R$ 120 mil somente para a compra de medicamentos e material hospitalar. Também foi informado que a dívida com fornecedores de janeiro a agosto desse ano já passa de R$ 400 mil.Além disso, o hospital que possui 110 leitos, conta com 140 profissionais. "Grande parte sem nenhum vínculo e nem contrato trabalhista, mas que recebem salários, entre eles médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal de serviços gerais. Recentemente, um dos fornecedores de material descartável para a distribuição de quentinhas da cantina do hospital deixou de fornecer por falta de pagamento", informou o CRM/PI.

A fiscalização não registrou falta de alimentos para manter o hospital, no entanto, a farmácia conta com uma lista com vários medicamentos que estavam em falta no momento da fiscalização. Outro problema observado foi que não foi renovado o contrato com a empresa responsável pelos dosímetros de radiação, utilizados pelos técnicos em radiologia por falta de verba, "comprometendo a proteção contra danos à saúde daqueles profissionais".

O hospital não conta com nenhuma ambulância de suporte avançado, apenas duas ambulâncias básicas; De acordo com o CRM/PI, no momento da fiscalização, somente uma ambulância se encontrava presente e em péssimas condições de uso.  "As cirurgias de algumas especialidades médicas, como ortopedia não são realizadas diariamente, como se espera em um hospital regional, que atende Campo Maior e mais 15 municípios circunvizinhos. Quando não é possível realizar alguns tipos de cirurgias, os pacientes passam por regulação e são transferidos para Teresina.  O hospital também enfrenta vários problemas estruturais, como infiltrações, paredes e tetos deteriorados e as enfermarias possuem ar condicionados quebrados e os pacientes enfrentam o calor usando ventiladores", finaliza o documento enviado pelo CRM/PI.

Por: Nathalia Amaral, com informações do CRM/PI.
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