O Governo Federal publicou,
na última terça-feira (16), um
documento que corresponde à
décima terceira publicação do
"Diagnóstico do Manejo de Resíduos
Sólidos Urbanos", referente
ao ano de 2014. A Secretaria Nacional
de Saneamento Ambiental
do Ministério das Cidades divulgou
também o vigésimo “Diagnóstico
dos Serviços de Água e
Esgotos”, com base em dados do
Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento – SNIS.
Na área de saneamento, apenas
57,6% da população brasileira
residente em áreas urbanas são
atendidas por redes coletoras de
esgotos. Em Teresina, essa realidade
é ainda pior: apenas 18%
das residências possuem esgotamento
sanitário e rede coletora.
Foto: Assis Fernandes/ODIA
Para mostrar essa realidade
preocupante, a equipe de reportagem
do Jornal ODIA visitou
o Projeto Mandacaru, no bairro
São João, zona Leste de Teresina.
Quem mora nesta região convive
com a inexistência dos serviços
de saneamento básico.
As ruas do conjunto não têm
calçamento, o esgoto passa a céu
aberto na terra batida. Lixo se
acumula no local, trazendo muitos
riscos para quem mora ali. A
auxiliar de serviços gerais, Daniela
Araújo, conta que os moradores
vivem numa situação de
completo abandono. “Há quatro
anos vivemos assim, convivendo
com as doenças de perto, a sujeira
e o descaso. É complicado para
as nossas crianças brincarem nas
ruas pelo medo das doenças; até
porque, só se fala nisso”, lamenta.
Por sua vez, o prefeito Firmino
Filho comentou sobre o entrave
que é o saneamento básico e os
desafios a serem vencidos quando
se reuniu com o Arcebispo
Dom Jacinto Brito, na Casa Episcopal,
semana passada. Um dos
destaques na sua fala foi acerca
do não cumprimento das metas
e do contrato da Prefeitura com
a Agespisa. “A Agespisa ficou responsável
pelo atendimento de
metas e objetivos na expansão
do sistema de abastecimento e
especialmente do sistema de esgotamento
sanitário da cidade.
Infelizmente, por questões institucionais,
o órgão não cumpriu o
contrato com a Prefeitura. Mas,
a nova gestão [da Agespisa] tem
um novo formato institucional
e está buscando enfrentar e solucionar
o cumprimento dessas
metas na cidade”, pondera.
Expansão
Hoje, cerca de 82% das residências
da Capital não são atendidas
com esgotamento sanitário
e rede coletora. Mas esta estatística
deve diminuir em breve.
É o que afirma Firmino Filho:
“Estamos expandindo agora com
um novo sistema no Lagoas do
Norte, que aumenta em 2 a 3% a
cobertura da cidade, mas ainda é
muito pouco diante dos desafios
que nós temos. É necessário que
nós tenhamos investimentos em
massa nesse setor”.
Água
Em relação à distribuição de
água, a cobertura é significativa
com atendimento de mais 95%
da cidade. “Mas infelizmente, enfrentamos
algumas dificuldades,
principalmente nas regiões mais
distantes, como na Santa Maria
da Codipi, local onde é comum
a infrequência do abastecimento.
Tudo isso já tem sido motivo de
debate, em especial com a Agespisa
e sua sucessora institucional
dada pelo Governo do Estado”,
aponta Firmino.
Lixo
Outro ponto relevante é sobre
manejo adequado dos resíduos
sólidos. “Nós produzimos muito
lixo, cada teresinense produz, por
dia, meio quilo de lixo, são 180
kg por ano. Cada família com
cinco pessoas produz 900 kg no
ano, quase uma tonelada. É preciso
ser feito um descarte correto.
A coleta seletiva possui apenas
12 pontos em Teresina, de forma
tímida”, relata.