Pequenos, mas grandes vilões. Quem não conhece alguém que já foi vítima de potós? É nessa época do ano que os insetos aparecem e deixam muitas pessoas preocupadas, afinal, o líquido que o bichinho solta causa uma queimadura que pode até deixar cicatrizes.
A professora Antônia Almeida já teve um dos braços queimados com a substância liberada pelo potó, o que lhe causou muitos transtornos. Por movimentar bastante os braços diariamente, a mancha acabou se espalhando e dores musculares começaram a surgir.
“O braço ficou todo dolorido e parece que ficava queimando, principalmente quando eu suava ou andava no sol, pois ficava tipo esquentado. A dermatologista disse que não era para eu cobrir porque a ‘ferida tinha que respirar’, mas me passou uma pomada anti-inflamatória, para não ficar muito vermelho e parar mais a sensação de ardor”, disse.
Depois de ser “vítima” do potó, Antônia Almeida passou a tomar mais cuidados antes de dormir. Segundo a professora, antes de deitar ela sempre sacode os lençóis, observa embaixo do travesseiro e, sempre que possível, vasculha os cantos do quarto. Com essas medidas, ela garantiu que nunca mais sofreu nenhuma queimadura dos insetos.
A dermatologista Socorro Aragão explicou que esse líquido que os potós soltam são como mecanismos de defesa, quando o animal se sente ameaçado. Os bichos, por gostarem de locais quentes, geralmente se escondem nas lâmpadas, principalmente nas com claridade mais branca.
“Quando a gente desliga a luz do quarto, eles procuram o lugar mais quente no ambiente, no caso o ser humano, por isso que muitas pessoas só percebem pela manhã. Se a pessoa só ver o potó andando sobre a pele, o ideal é tirá-lo com calma e lavar a área com água abundante”, disse.
Já se a pessoa identificar uma mancha avermelhada, o que significa que o potó liberou a substância naquele local, ela não deve colocar nada sobre a lesão. O recomendado é buscar um especialista para que ele avalie o grau da queimadura. Em casos simples, uma pomada anti-inflamatória pode ser utilizada para desinflamar e hidratar o local, já em casos mais graves, pode haver até uma infecção secundária.
“Recentemente tenho recebido alguns pacientes com lesões mais sérias, que são as infecções secundárias, isso acontece devido à intensidade da substância em contato com a pele. Essas lesões ainda podem ser agravadas quando se utiliza algo na queimadura, inclusive métodos caseiros”, falou.
Inclusive, a dermatologista chama atenção para o uso receitas caseiras ou produtos que não atendam suas reais finalidades. Creme dental, pomadas ginecológicas, margarina, entre outros, são itens que devem ser completamente ignorados.
Socorro Aragão salientou que esses produtos podem, além de piorar a gravidade da lesão, causar reações alérgicas, além de demorar a cicatrização da ferida. Ela recomendou que a queimadura seque secar naturalmente e não ser exposta à luz solar. E após apresentar melhora, é importante utilizar protetor solar para evitar manchas.
Por: Isabela Lopes- Jornal O Dia