A relação de Teresa Britto com o PV é histórica, ideológica e programática. No entanto, a partir do momento em que o diretório nacional da sigla optou por integrar uma Federação com o Partido dos Trabalhadores, Teresa foi prejudicada uma vez que sempre teve uma postura crítica e de oposição aos líderes do PT no Piauí.
Em 2022, ela já sentiu os efeitos negativos em sua carreira política. Demonstrando simpatia a Silvio Mendes, mas optando por permanecer no PV, que estava aliado a Rafael Fonteles, ela teve que executar uma campanha com discurso difícil de ser apresentado à população. O resultado não podia dar certo e ela perdeu a cadeira no parlamento.
Agora para 2024, o cenário praticamente se repete. Teresa Britto demonstra que não possui disposição para uma forte aliança com Fábio Novo, candidato do PT. Do ponto de vista da lógica e da matemática política, é improvável que ela seja candidata à Prefeitura, uma vez que o PT tem força e estrutura política bem maiores que a do PV.
Neste cenário, o caminho mais adequado para Teresa Britto, para que ela não venha novamente acumular prejuízos políticos, é a saída do PV. Ela poderia encontrar um partido que topasse trabalhar sua pré-candidatura a prefeitura, ou, inclusive, podendo disputar a possiblidade de ser indicada a vice de Silvio Mendes.
Teresa Britto tem uma história respeitável. Sempre se destacou por fiscalizar os serviços de saúde e tem uma agenda voltada para a sustentabilidade que é admirável, mas permanecendo no PV, ela será obrigada a seguir a federação, vai ser olhada com desconfiança pelos petistas e certamente não terá um ambiente confortável para fazer política.
De ponto de vista dos resultados práticos, todos os cálculos mostram que para ela, permanecer no PV é acumular prejuízos políticos, dificuldades de elaborar discursos e consequentemente ver mais distante seu retorno a um mandato eletivo.