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Facção acusada de matar Samynha planejava assassinar delegado Matheus Zanatta

Inquérito da morte de influenciadora digital, ocorrido em outubro do ano passado, foi concluído pela Polícia Civil

11/01/2024 às 08h29

Após 70 dias de investigações, o inquérito policial que investigou a morte da blogueira Samya Silva, a Samynha, como era conhecida nas redes sociais, foi concluído nesta quinta-feira (11). A facção suspeita de encomendar o assassinato da influenciadora planejava ainda matar o delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas da Polícia Civil, e sua esposa.

No decorrer das prisões, os aparelhos de indivíduos relacionados ao assassinato de Samynha foram apreendidos e foi constatado que continham as fotos de algumas autoridades, a exemplo do próprio delegado Matheus Zanatta e da sua esposa, o que leva a polícia a acreditar que o delegado poderia ser um alvo da facção criminosa.

A morte de Samynha ocorreu no dia 1° de outubro do ano passado, um domingo. A vítima foi atingida por cinco disparos de arma de fogo na Av. João XXIII após ter sido perseguida por suspeitos em uma motocicleta.

Samynha Silva, blogueira assassinada em Teresina - (Reprodução/Instagram) Reprodução/Instagram
Samynha Silva, blogueira assassinada em Teresina

Durante o período da investigação, cinco pessoas foram presas, duas delas mulheres. Investigações da Polícia Civil apontam que o caso está relacionado a facções criminosas em Teresina. (Veja o vídeo no final da matéria)

“Constatou-se que a vítima teria sido atraída para um clube, inclusive, as pessoas envolvidas já se encontram presas. São faccionados do Bonde dos 40 e são pessoas que utilizaram de extrema violência. A vítima tinha envolvimento com a facção criminosa PCC e o tráfico de drogas, e na casa da vítima foi encontrada uma prensa”.

Delegada Nathalia Figueiredo
Delegada Nathalia Figueiredo, delegado-geral Luccy Keiko e delegado Charles Pessoa - (Ezequiel Araujo/ODIA) Ezequiel Araujo/ODIA
Delegada Nathalia Figueiredo, delegado-geral Luccy Keiko e delegado Charles Pessoa

Para a execução, os faccionados contaram com o apoio de um veículo, cujo motorista foi identificado. Os executores estavam em uma motocicleta, e um deles já se encontra preso. A arma do crime também foi encontrada.

As mulheres presas estavam horas antes com Samynha e teriam sido as responsáveis por atrair a blogueira até o local. Elas são companheiras dos faccionados e teriam utilizado dessa facilidade de acesso à vítima para atraí-la ao local da execução.

“A investigação está transcorrendo, novos nomes estão surgindo e possivelmente novas prisões serão realizadas. O executor está preso e os que decidiram pela morte também estão presos”, acrescenta a delegada.

Segundo a delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nas imagens que foram captadas, é possível ver os dois tripulantes do veículo entrando em contato com as pessoas que estavam dentro do Gol e o executor adentra o automóvel.

“Esse é o momento que acreditamos que ele passou a arma utilizada no crime. A arma estava, inicialmente, no clube, no veículo de Felipe, que foi uma das pessoas presas. Eles teriam entrado no clube, pego a arma no carro de Felipe e passado para o executor que estava na moto”, explica a delegada.

Mentores intelectuais do crime

Herbert, conhecido como Jiboia, seria o mentor intelectual do assassinato de Samynha. Ele já responde por homicídio, tem forte liderança no Bonde dos 40 e teria dado apoio aos executores com o veículo Gol usado no crime. Conforme o delegado Luccy Keiko, o acusado morreu antes de prestar depoimento.

Um dos investigados, identificado como João Gabriel, está foragido e também é um dos autores intelectuais da morte de Samynha. Ele teria participado diretamente da decisão da assassinar a blogueira. Na residência de um dos presos foram encontrados um estojo e uma pistola compatível com os projéteis encontrados.

João Gabriel está foragido e é um dos autores da morte de Samynha - (Reprodução/Redes sociais) Reprodução/Redes sociais
João Gabriel está foragido e é um dos autores da morte de Samynha

Dois dos acusados, identificados como Felipe e Israel, estariam utilizando tornozeleira eletrônica no dia do crime e por isso não participaram diretamente do momento da execução. Entretanto, foram os responsáveis por fazer todo o monitoramento da Samya, com a participação das companheiras, que também foram presas.

Veja a simulação do crime:

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Com edição de Nathalia Amaral.