O Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, nesta terça-feira (7), o fisioterapeuta Hitalo Vinícius Nogueira de Almeida e o vigilante Sandro de Lima Freitas, acusados de participarem do assassinato de Francisco Eudes dos Santos Silva, que vivia em situação de rua e foi morto a tiros em abril do ano passado, no Centro de Teresina.
O mandado de prisão preventiva foi expedido após investigações apontarem que o crime teria sido cometido por eles. Durante interrogatório, os acusados confessaram o assassinato da vítima. O delegado Jorge Terceiro, responsável pelas investigações, explicou que durante as investigações um médico chegou a ser preso por engano como suspeito do crime, contudo, o reconhecimento por fotos não se confirmou.
“Esse procedimento tramita desde o ano passado, no decorrer da investigação diversas testemunhas foram ouvidas e em reconhecimentos fotógrafos as testemunhas acabaram reconhecendo uma pessoa que não estava no local do crime. Com o transcorrer da investigação, chegamos aos verdadeiros autores que foram interrogados e confessaram a prática criminosa”, afirmou.
Jorge Terceiro disse que, em depoimento, os presos declararam que os moradores de rua teriam partido para cima deles e eles se defenderam. Porém, essa versão não se sustentou.
O advogado Norberto Campelo, que defendeu o médico preso por engano, revelou que desde o início as provas retiraram seu cliente da cena do crime, mas que a prisão teve sérios danos pessoais e profissionais para o médico. A mãe do médico chegou a sofrer um AVC e diversos clientes desmarcaram consultas após a repercussão do caso.
“O Dr. Albert, uma pessoa que jamais se envolveu em qualquer tipo de ato ilícito, estava com a consciência absolutamente tranquila. Era impossível a participação do Dr. Albert, porque ele estava em um local muito distante do local da ocorrência, e outras provas também muito contundentes foram possíveis de serem colhidas rapidamente a comprovar a ausência total de participação neste evento que era investigado”, disse.
Relembre o caso
O crime ocorreu na madrugada do dia 24 de abril de 2022, na Praça João Luís Ferreira. As investigações apontaram que o fisioterapeuta, sua mãe e o vigilante estariam em evento no centro da cidade.
Ao voltarem para o local em que o carro estava estacionado, eles se depararam com um dos vidros do veículo quebrado, momento em que saíram à procura de quem teria cometido o delito.
”Eles foram até a praça João Luiz, onde abordaram os moradores de rua não e não conseguirem descobrir, no primeiro momento, quem foi o autor do vidro quebrado. Após isso, eles saíram e depois voltaram a praça e, desta vez, foram diretamente para cima da vitima”, relembra o delegado Jorge Terceiro.
A vítima, conhecida como “Cabeludo”, foi agredida com tapas e chutes e morreu devido a disparos de arma de fogo.