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Motoristas e cobradores paralisam atividades e Teresina amanhece sem ônibus

Paralisação afeta milhares de usuários do transporte público na capital nesta sexta (9); categoria reivindica reajuste salarial, aumento do valor do ticket alimentação e ampliação do plano de saúde.

09/05/2025 às 07h24

Os motoristas e cobradores de ônibus do transporte público de Teresina paralisaram as atividades no início da manhã desta sexta-feira (9). A paralisação já havia sido anunciada desde a última terça-feira (6), quando os trabalhadores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) aprovaram a manifestação após votação em dois turnos em uma assembleia da categoria.

Greve dos ônibus em Teresina - (Assis Fernandes/ O DIA) Assis Fernandes/ O DIA
Greve dos ônibus em Teresina

Nas paradas de ônibus da capital, muitos usuários foram pegos de surpresa ao não saber da paralisação. Os passageiros se aglomeram nos pontos de embarque e desembarque das principais vias da capital, como as avenidas Miguel Rosa, Getúlio Vargas, Barão de Gurgueia e Presidente Kennedy. Quem estava mais apressado precisou recorrer ao transporte por aplicativo (carro ou moto); porém já há reclamações sobre o aumento da dinâmica dos veículos por app.

Outros usuários buscaram os serviços de "ligeirinhos" para conseguir chegar a tempo ao trabalho ou na escola. Sem transporte público e com a maior demanda por transporte individual, o trânsito está mais lento em diversas vias da capital. Na avenida Miguel Rosa, por exemplo, o trânsito está mais complicado que o normal. Segundo o presidente do Sintetro, Antônio Cardoso, havia informado que a paralisação seria por algumas horas a partir das 5h da manhã, com os ônibus permanecendo nas garagens.

A categoria reivindica reajuste salarial, aumento do valor do ticket alimentação e ampliação do plano de saúde. Na última quinta-feira (8), uma reunião foi realizada no Ministério Público do Trabalho para tentar evitar a deflagração do movimento. Participaram do encontro representantes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Rodoviário) e do Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano). No entanto, nenhum acordo chegou a ser fechado.

É que o pedido de reajuste feito pelos motoristas e cobradores ainda será avaliado pelo MPT. Enquanto isso, o Setut pode oferecer uma contraproposta e, a depender das negociações, o movimento pode não chegar a ser deflagrado. A Strans disse em nota que “Dependendo das negociações, que ainda estão em vigor, havendo reflexo financeiro, vai levar ao prefeito para averiguar”. Caso as demandas não sejam atendidas, a partir da próxima segunda (12) a paralisação pode virar uma greve.

Por meio de nota, a STRANS afirmou que "participou de uma reunião na última segunda-feira (05) no ministério público do trabalho onde o Sintetro expôs as propostas ao Setut. O MPT vai avaliar o pedido da categoria e o sindicato dos empresários podem oferecer uma contraproposta. Dependendo das negociações que ainda estão em vigor, havendo reflexo financeiro, a Strans vai levar ao prefeito de Teresina para averiguar a possibilidade do reajuste". Ainda segundo o órgão, havendo a greve, "a Strans garante, conforme a lei, que assegura aos serviços essenciais o funcionamento de forma reduzida".

Este é mais um capítulo na crise do transporte público de Teresina

Quando assumiu a Prefeitura, Silvio Mendes afirmou que o transporte público era um dos principais problemas de Teresina. Um estudo feito pela administração municipal revelou que o serviço teria perdido a credibilidade junto ao teresinense nos últimos anos e que somente 11% da população usa de fato o transporte coletivo para se locomover na cidade. O baixo percentual, segundo o prefeito, acaba elevando os custos da operação.

“Se você olhar, mesmo no horário de pico tem ônibus ‘batendo lata’, ou seja, quase vazios. A falta de horário certo para saída dos terminais, os poucos ônibus acabaram afastando o teresinense do transporte coletivo e as pessoas arrumaram outros jeitos de ir e vir. Então a gente precisa encontrar formas de trazer esse público de volta, de tornar o transporte público atrativo de novo”, disse Silvio Mendes.

Silvio Mendes, prefeito de Teresina - (Jailson Soares/O Dia) Jailson Soares/O Dia
Silvio Mendes, prefeito de Teresina

O prefeito já havia declarado que “quem não colocar ônibus na rua, não receberá subsídio”. Recentemente, o prefeito foi questionado sobre um possível reajuste no valor da passagem inteira e meia-passagem de ônibus, que se encontra congelado há anos em Teresina. O gestor negou que tenha dito que o preço vai subir e lembrou que há, na verdade, um estudo do Tribunal de Contas (TCE-PI) que aponta que o valor ideal da passagem na capital deveria ser o dobro do praticado hoje. Silvio Mendes descartou essa hipótese, afirmando que “o teresinense não aguenta pagar duas passagens”.


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