A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão nesta quarta-feira (24) no endereço de uma mulher suspeita de receptar produtos roubados no Centro de Teresina. Os objetos foram encontrados na cidade de Matões, no Maranhão. A suspeita de receber este material foi identificada como sendo Thalita Tinaira Silva Marques, mais conhecida como Tieta.
A informação foi confirmada pelo delegado Sérgio Alencar, titular do 1º Distrito Policial de Teresina e responsável por investigações contra grupos de lanceiros no Centro da Capital. Na casa de Thalita, a polícia encontrou uma arma de fogo além de uma quantia em dinheiro e vários bens sem nota fiscal.
“A Tieta é suspeita de ser a principal receptadora de produtos e bens furtados ou roubados no Centro de Teresina, além de praticar o comércio ilegal de entorpecentes. Infelizmente não conseguimos prendê-la, porque ela não estava em casa no momento da diligência”, explicou o delegado Sérgio.
Entre os produtos roubados no Centro de Teresina que foram recuperados pela polícia estão instrumentos musicais (trompetes), caixas de som, um freezer, aparelhos air-fryer, cordões e pulseiras, uma bicicleta, aparelhos de jantar (conjuntos de pratos) e vários documentos de identidade. Foram apreendidos ainda seis munições de revólver e bastante dinheiro trocado.
A polícia segue a investigação, agora, no sentido de encontrar Thalita para efetuar sua prisão. O material foi trazido para Teresina para os procedimentos legais.
“Lanceiro já se tornou quase uma profissão”, afirma polícia
Não é incomum ouvir relatos de teresinenses vítimas da ação de criminosos no Centro da capital. Os chamados lanceiros são grupos especializados em abordar e furtar objetos de pedestres, sobretudo em locais de maior movimento como as paradas de ônibus, por exemplo. Em dezembro do ano passado, a polícia deflagrou uma ação denominada de Força Total para combater esses grupos criminosos.
Mais de 30 lanceiros foram presos na operação. Em entrevista ao Portalodia.com, o agente de Polícia Civil, Nonato Martins, chegou a falar que lanceiro se tornou uma espécie de profissão que passa de geração a geração. “É como se fosse passando de pai para filho, de filho para neto. Tem uma safra nova de lanceiros ultimamente no Centro que está demais. Roubando o tempo todo”, disse.
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A polícia divulgou um dado que chamou a atenção: 90% dos lanceiros que atuam no Centro de Teresina não são daqui. Eles vêm, em sua maioria, de estados como Maranhão e Ceará, para onde boa parte dos produtos roubados são enviados. Esses grupos, em geral, são formados por dois homens e uma mulher que roubam as vítimas se aproveitando da situação criada pelos comparsas.
“Eles não escolhem as vítimas, mas observam as oportunidades que as pessoas dão. Um chega e dá um empurrão para as lanceiras meterem a mão na bolsa e levar o que tem dentro”, finaliza Nonato.