O prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), fez um balanço dos primeiros 48 dias à frente da administração municipal, destacando os desafios enfrentados, a situação financeira da Prefeitura e as perspectivas para a cidade.

Entre os temas abordados, a crise do transporte público foi um dos pontos centrais. Silvio Mendes reforçou que a gestão municipal buscará alternativas para evitar um reajuste na tarifa do transporte coletivo, argumentando que a população não suportaria um aumento neste momento.
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“No sistema do transporte coletivo de Teresina, de cada cem pessoas que andam no transporte público, dezoito andam de graça, é uma taxa muito elevada. Como não tem nada de graça, alguém está pagando por ela. Se a prefeitura tivesse capacidade de bancar um subsídio que fosse justo, usar o dinheiro de todos para ser utilizado pelos que têm menos, claro que aceitaríamos de pronto. Mas é preciso fazer contas, o dinheiro público precisa chegar aonde mais precisa, sou prefeito de todo mundo, mas quem precisa mais tem nossa atenção como prioridade’’, disse.
O prefeito também detalhou a situação atual do transporte público na cidade. Apesar do pequeno aumento na frota de ônibus, ele declarou que ainda são possíveis ações mais eficazes para melhorar o setor. Além disso, citou a importância da adaptação do sistema antes da implementação de inovações, como o uso de ônibus elétricos, destacando a necessidade de uma transição gradual entre os usuários.
“A gente quando é prefeito fica olhando para os defeitos e as necessidades. O que eu vejo é que a quantidade de ônibus aumentou um pouco. Várias reuniões foram feitas, inclusive com um estudo bem fundamentado do Tribunal de Contas do estado (TCE) e estamos esperando que ele nos chame para que a gente discuta mais aprofundadamente esse trabalho que foi feito. Trouxemos o Santana, que fez o plano diretor do transporte coletivo, e essa discussão aponta para várias soluções: primeiro, a questão da frota é ônibus elétrico ou não? É preciso ter cautela porque novidade desse tipo repercute na vida da população. Algumas cidades já fizeram, não trocando a frota completamente, pois são veículos três vezes mais caros com os que se usa aqui, portanto é preciso fazer uma adaptação, começar com uma quantidade de ônibus que nos dê segurança e que não vá trazer mais problema para o transporte coletivo”, relatou.
Outros temas prioritários na gestão
Além do transporte público, Silvio Mendes abordou outros temas de interesse da população, como saúde, educação e moradia. Ele reconheceu que a situação dos cofres municipais é delicada, mas garantiu que sua gestão trabalha para recuperar a estabilidade financeira por meio de eficiência administrativa e transparência na aplicação dos recursos.
Saúde (abastecimento de medicamentos e convocação de aprovados)
“Com relação ao abastecimento de medicamentos uma parte já chegou e as outras estão chegando. É a maior parte da reclamação da população, dentre várias, então é preciso planejamento. Em relação aos aprovados no concurso, a estratégia é chamar todos os médicos, enfermeiros, dentistas, os profissionais de saúde para atender e completar as equipes da atenção primária, as UBSs, que são a porta de entrada do sistema. No segundo, momento vão ser chamados os profissionais que trabalham em áreas de média e alta complexidade, como por exemplo, os do HUT e o Lineu Araújo. Então, tudo com um planejamento dentro da capacidade”.
Educação (convocação dos aprovados e greve dos professores)
“Nós identificamos a necessidade de chamar professores e foram convocados 350 professores. Mas existem outras necessidades como pedagogo, psicopedagogo, administrativo, no entanto, é preciso ter cautela. A prefeitura tem uma enorme dificuldade financeira e naturalmente temos que eleger prioridades e educação e saúde são. Então, devemos chamar outras categorias e a rede precisa disso, mas o impacto financeiro dessa chamada é de 20 milhões por ano e a prefeitura tem que garantir o pagamento dos salários desses funcionários. É preciso fazer um esforço. A única categoria municipal que recebeu reajuste foi a educação porque tem um financiamento diferenciado do que as outras áreas que é o FUNDEB, um recurso público que deve ser usado na qualidade do ensino e naturalmente, pagar os que os professores merecem e é o que tem sido feito. A greve dos professores não vai resolver o problema financeiro, mas é um direito que eles têm dentro da capacidade da prefeitura pagar”.
Limpeza pública (economia e licitação)
“No ano passado, houve uma decisão judicial onde foi afastada uma empresa que fazia a limpeza pública e foi nomeado um consórcio: uma empresa do Ceará e outra do Pará, e elas não prestam um bom serviço à cidade, todos nós reclamamos da quantidade de lixo nas ruas. Chamamos as empresas da limpeza e dissemos: nós queremos um mutirão na cidade, tirar o lixo acumulado na cidade inteira. Foi praticamente dobrado o número de grupos de limpeza e caminhões, enfim. Enquanto isso, está sendo construído um edital de limpeza pública que seja mais duradouro. O que aconteceu do ponto de vista financeiro? Foi feito um mutirão, todos nós notamos uma melhora na limpeza pública e gastamos aproximadamente R$ 3 milhões a menos. Espero que a licitação não demore muito e que venha uma empresa responsável para fazer o que precisa’’.
Apoio da bancada federal
“Quando a equipe técnica do Ministério da Saúde esteve conosco há cerca de quinze dias, nós colocamos três coisas: transformar a UBS do Porto Alegre num Hospital de Urgência, aumentar o número de leitos do HUT e a criação de uma Casa de Parto na região da Santa Maria da Codipi. Essa equipe técnica ainda não deu resposta. Eu estou pedindo aos nossos representantes, da bancada federal, que cobrem do Ministério da Saúde uma resposta do que eles viram. Eu só dou o passo seguinte se tiver a garantia do custeio, não adianta abrir um hospital que não tenha a garantia do remédio, do médico, da enfermeira, do dentista, enfim. Se eu tiver a garantia do Ministério da Saúde que isso seja feito, faremos. Tanto os três senadores quanto todos os deputados federais estão cientes disso. O que preocupou foi uma declaração do deputado Júlio César na reunião da bancada com a ministra da Saúde de um corte no ministério de R$ 19 bilhões. Se isso se consumar, será traumático, pois se o atual orçamento não permite fazer isso, tirando R$ 19 bilhões, com certeza vai piorar muito’’.
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