Criminosos estavam se utilizando de dados de acesso ao aplicativo Caixa Tem, da Caixa Econômica Federal, para desviar benefícios pagos pela Caixa no Piauí. A informação foi confirmada pela Polícia Federal, que deflagrou uma operação na manhã desta quarta-feira (10) para desarticular o grupo criminoso. Os criminosos atuavam em cinco estados brasileiros.
A Operação Falso Egídio cumpre 11 mandados de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão no Estados do Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas e Mato Grosso do Sul. No Piauí foram cumpridos um mandado de busca e um de prisão em Teresina. A investigação iniciou em 2013 quando a Delegacia de Polícia Federal de Niterói identificou fraudes em programas de transferência de renda que causaram um prejuízo de R$ 10 milhões.
O inquérito apontou inclusive a participação de um empregado e duas funcionárias terceirizadas da Caixa Econômica, que foram cooptadas pela quadrilha em troca de propina. Eles liberavam o acesso dos criminosos ao aplicativo Caixa Tem, que gerencia as contas digitais sociais da Caixa e pelo qual são geridos os valores de benefícios sociais, entre eles o Auxílio Emergencial.
A Polícia Federal constatou que os criminosos se apropriavam das contas digitais sociais de terceiros por meio do Caixa Tem e desviavam valores pagos nos programas de transferência de renda do governo. “Os investigados abriram diversas contas bancárias em nome de moradores de rua, em clara situação de vulnerabilidade social, para receber vultuosas quantias oriundas das referidas contas. Em seguidas os valores eram transferidos para os integrantes da quadrilha”, disse a PF em nota.
Os terceiros nos nomes dos quais os criminosos abriam as contas bancárias não tinham conhecimento das fraudes. Seus nomes eram utilizados unicamente para abrigar os valores desviados das contas digitas. Em seguida, estes valores eram integralmente repassados entre os destinatários finais dos recursos.
Os investigados devem responder pelos crimes de organização criminosa. Os investigados responderão pelos crimes de furto qualificado, inserção de dados falsos em sistema de informações e lavagem de dinheiro.
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