As centenas de imóveis comerciais e residenciais fechados ou em situação de abandono no centro de Teresina sinalizam que uma discussão séria, profunda e pragmática precisa ser realizada sobre o papel da região no futuro da cidade. Quem percorre as ruas do centro teresinense observa que em um período de 10 anos houve uma diminuição considerável na circulação de pessoas e na quantidade de lojas que vendem produtos ou ofertam de serviços na região.
Em determinadas vias, há dezenas de pontos comerciais fechados, alguns há anos com placas de venda ou aluguel, e muitos outros imóveis abandonados. Se antes era difícil encontrar vagas nos estacionamentos, hoje em dia é possível estacionar com certa facilidade em ruas da região.
Há vários anos também se fala em revitalização do centro de Teresina. Mas sempre numa perspectiva de realizar obras de calçadões, melhorando a estética e ampliando espaços para pedestres. No entanto, as ações práticas para garantir um aumento efetivo de moradores no centro de Teresina nunca foram realizadas. Sem gente, é impossível revitalizar o comércio e provocar dinâmicas sociais que garantiriam vida à região.
Parece claro que o enfraquecimento do comércio no centro da cidade também levou ao fortalecimento das atividades econômicas nos bairros, consequência direta também do crescimento horizontal de Teresina e de serviços de transporte público historicamente frágeis.
No debate político eleitoral sobre 2024, vários nomes são tratados pela imprensa como agentes que devem protagonizar as eleições. Mas não devemos esquecer que os verdadeiros protagonistas são Teresina e o teresinense. Entre os pré-candidatos, quem vai puxar a discussão sobre o futuro da cidade?