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Vereadora eleita que teve ONG investigada pela Polícia Federal é diplomada pelo TRE-PI

Tatiana Medeiros, vereadora eleita pelo PSB, foi diplomada; ato comandado pelo TRE-PI confirma a vitória dos candidatos eleitos no pleito de outubro e garante a legitimidade do processo democrático.

19/12/2024 às 11h16

O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) realizou nesta quarta-feira (18) a diplomação do prefeito eleito de Teresina, Sílvio Mendes, do vice-prefeito eleito, Jeová Alencar, e dos vereadores e suplentes que farão parte da nova composição da Câmara Municipal de Teresina. Dentre os vereadores, esteve Tatiana Medeiros (PSB). A futura parlamentar foi diplomada, após a ONG fundada por ela, a instituição "Vamos Juntos" ter sido alvo da Operação Escudo Eleitoral, que teve como objetivo investigar a atuação de facções criminosas no processo eleitoral de 2024.

Tatiana Medeiros é diplomada pelo TRE-PI - (Reprodução/Redes sociais) Reprodução/Redes sociais
Tatiana Medeiros é diplomada pelo TRE-PI

A vereadora eleita comemorou nas redes sociais a diplomação e disse que sua "força vem do povo". "Deus de aliança, Deus de promessas! Definitivamente diplomada como vereadora de Teresina. Agradeço primeiramente ao nosso Senhor, pelas bençãos e proteção durante toda nossa caminhada. Gratidão a minha família pelo amor e cuidado de sempre e todos os amigos que me confiaram a missão de representá-los na Câmara Municipal", escreveu.

No post, ela escreveu ainda: "Com muito compromisso, seriedade e transparência, iremos dar continuidade a nossa trajetória de muito trabalho, principalmente nas comunidades mais vulneráveis. Vamos juntos com fé, coragem e muito trabalho por Teresina!", complementou. E postou ainda:

A minha força vem do povo

Tatiana Medeiros Vereadora eleita - PSB
Vereadora deve assumir cadeira na Câmara Municipal em 2025. - (Victor Costa / O Dia) Victor Costa / O Dia
Vereadora deve assumir cadeira na Câmara Municipal em 2025.

A diplomação é o ato comandado pelo Tribunal Regional Eleitoral que confirma a vitória dos candidatos eleitos no pleito de outubro e que antecede a posse, que ocorrerá no dia primeiro de janeiro. O ato marca ainda o final do processo eleitoral e garante a legitimidade do processo democrático.

ONG criada pela vereadora e a casa dela já foram alvos da PF

No último dia 17 de dezembro, a Polícia Federal fez buscas na instituição "Vamos Juntos", organização não governamental fundada por Tatiana Medeiros. As investigações faziam parte do escopo da Operação Escudo Eleitoral, que tem com o objetivo investigar a atuação de facções criminosas no processo eleitoral das Eleições municipais de 2024. 

De acordo com as investigações, a operação teve início logo após a divulgação dos resultados das Eleições, quando surgiram indícios de estreito vínculo entre candidato eleito ao cargo de vereador na capital piauiense e possível liderança de facção criminosa. Em razão da gravidade dos fatos e celeridade na atuação da Polícia Federal e do 1º Juízo de Garantias do Núcleo I da Justiça Eleitoral no Piauí, estão sendo cumpridos quatro mandados judiciais de busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados em Teresina.

A investigação apura indícios de crimes de lavagem de dinheiro vinculados à organização criminosa, com potencial de comprometer a integridade do processo democrático, sendo investigado o financiamento de campanha eleitoral através de recursos provenientes de organizações criminosas. Os materiais apreendidos serão analisados e subsidiarão a continuidade das investigações, que seguem sob sigilo judicial. O Portal O Dia entrou em contato com a assessoria da vereadora eleita, porém não obtivemos resposta até o momento. O espaço segue aberto para os esclarecimentos.

Em novembro deste ano, o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) cumpriu mandado judicial nesta quinta (14) foi a casa da vereadora eleita em Teresina, Tatiana Medeiros (PSB). O alvo, no entanto, não era Tatiana, mas seu namorado, identificado como Alandilson Cardoso Passos, 33 anos. Ele era acusado de integrar a organização criminosa especializada no tráfico e em lavagem de dinheiro que está sendo desarticulada hoje.

Alandilson Cardoso Passos já havia sido preso em 2022 pelo antigo Greco - (Divulgação/Polícia Civil) Divulgação/Polícia Civil
Alandilson Cardoso Passos já havia sido preso em 2022 pelo antigo Greco

De acordo com o delegado Jarbas Lima, titular do Denarc, Alandilson já tem antecedentes criminais. Ele foi preso em 2022 pelo antigo Greco (Grupo de Repressão ao Crime Organizado) suspeito de envolvimento em organização criminosa e tráfico de drogas. Ele estava em um bar no Parque de Exposições, portando um carro blindado, quando foi abordado pelos policiais.

Alandilson foi preso no mesmo dia na cidade de Belo Horizonte. De acordo com a polícia, ele estava escondido em um hotel na capital mineira e já tinha uma passagem comprada em voo para São Paulo. As investigações da polícia apontam que ele mantinha intenso contato e relação financeira com integrantes de uma facção criminosa que atua na capital e que usava empresas de fachada para lavar dinheiro do tráfico. 


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