Nesta terça-feira (17), é comemorado em todo o Brasil o Dia Nacional da Vacinação. Uma data considerada importante já que o país ainda é considerado uma referência em imunização em todo o mundo. O 17 de outubro busca conscientizar todos sobre a importância das vacinas e de manter o calendário de imunização atualizado. O desenvolvimento das vacinas representou um grande avanço na medicina e provocou a diminuição dos gastos com internações e medicamentos, além de melhorar a qualidade de vida da população e erradicar doenças.
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Porém, no Piauí, fatores como o negacionismo, problemas estruturais e de execução das políticas atrapalham o Estado em vacinar os mais de três milhões e duzentos mil habitantes - sobretudo adultos e idosos – e que fazem o Piauí não conseguir ter um bom desempenho nesta área em relação aos outros estados da Federação.
Em entrevista ao O DIA, Cristiane Moura Fé, diretora de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi, afirmou que a opção pela não vacinação ainda continua muito forte no Brasil. Durante a pandemia da Covid-19, o negacionismo foi utilizado para esconder fatos essenciais para a saúde das pessoas, como os resultados de pesquisas científicas e a importância da vacinação. O negacionismo científico e a desinformação sobre as vacinas provocou baixos índices de vacinação no presente podem gerar problemas de saúde coletivos no futuro. E, segundo ela, perduram até hoje.
O negacionismo na fase adulta põe em risco também a saúde de crianças e adolescentes, já que estes são os responsáveis diretos pelos menores de idade. Além disso, o Piauí ainda enfrenta as falhas estruturais do sistema de alimentação das informações sobre a vacinação e de execução da imunização na capital e interior do Estado.
O acesso às vacinas, por muito tempo, esteve distante dos adultos devido ao período de oferta das vacinas, que choca com o horário de trabalho de parte da população. “O modo de vida da população hoje, ou seja, os horários que os trabalhadores e trabalhadoras, pais mães, choca com o período de oferta da vacinação. Essa população jovem adulta possui diversos horários de trabalho e os postos de saúde tem uma oferta apenas diurna. Então temos feito com os municípios estratégias para retornarem as campanhas de vacinação, e assim diversificar os locais de oferta de vacinas. Então muitos municípios já entenderam que precisam ofertar vacinação noturna e ir atrás dessa população, numa busca ativa”, detalha a representante da Sesapi.
A informação atualizada dos dados vacinais é um outro gargalo para quem trabalha monitorando os índices de vacinação no Piauí. Há atrasos constantes na atualização das informações e no próprio repasse dos números por parte dos gestores municipais para a Sesapi.
“No sistema de informação temos uma dificuldade. Os municípios recebem a vacina, realizam o ato vacinal, mas existe um delay muito grande em relação à informação do dado vacinal no sistema de informação. Só tem aumento da cobertura quando o município vacina e informa. Se ele vacinar e não informar – algo que aconteceu muito com a Covid-19 – gera problemas no acompanhamento da imunização e acumula informações vacinais. O que temos feito é trabalhar na qualificação dos servidores da saúde para que consigam fazer essas correções”, finaliza a diretora de Vigilância e Atenção à Saúde da Sesapi.
Quais as vacinas mais importantes para adultos e idosos?
O Ministério da Saúde recomenda tomar doses contra a Gripe, Covid-19, Hepatite B, e a Tríplice. Já para os idosos, vacinas contra hepatite B, difteria e tétano e a Influenza são essenciais.
Gripe
A vacina contra o vírus influenza é disponibilizada anualmente. É recomendado que toda a população, exceto bebês com menos de 180 dias e pessoas com histórico de alergia grave às doses dos anos anteriores, seja imunizada.
Hepatite B
A imunização contra a hepatite B é feita em três doses para quem não foi vacinado durante a infância ou nunca teve a doença. Deve-se tomar a segunda dose um mês após a primeira; e a terceira, seis meses depois da segunda.
Vacina Tríplice
A vacina tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) e a viral (sarampo, caxumba e rubéola) são aplicadas durante a infância, mas na adolescência e na vida adulta é necessário tomar os reforços.
Covid-19
Atualmente, para a população adulta, é recomendado tomar três doses da vacina contra o coronavírus para completar o esquema vacinal.
Vacine-se
Não deixe de manter o seu esquema vacinal em dia! As vacinas, antes de serem aplicadas são testadas e comprovadas cientificamente. Você e sua família precisam merecem estar de bem com a própria saúde!