Os cinco homicídios registrados neste final de semana em Teresina têm relação com a disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (15) pelo secretário de Segurança Pública, coronel Rubens Pereira, em entrevista ao O DIA.
A suspeita é de que tanto vítimas quando executores tenham envolvimento com o mundo da criminalidade. Contudo, de acordo com o secretário, apenas com o decorrer das investigações será possível afirmar a real motivação por trás das execuções. "Os crimes que ocorreram no final de semana, pelo perfil e modus operandi, nos dão a entender preliminarmente que se tratam de facções criminosas em disputa pelo tráfico. Isso só pode ser confirmado após as investigações que estão sendo feitas pelo DHPP, mas também em uma outra frente de investigação pelo Greco", afirmou.
Foto: Arquivo O Dia
Ainda segundo o secretário, a partir das estatísticas criminais e dos dados coletados com os homicídios, a polícia está podendo traçar um mapa dos locais de maior vulnerabilidade, para, a partir disso, desencadear operações de policiamento ostensivo no intuito de proteger a população.
"O controle dessa disputa, principalmente nessas mortes intencionais, é feito com a investigação, e isso leva tempo. Vamos ter que pedir prisões ao Poder Judiciário e também o crivo do Ministério Público. Na semana passada, por exemplo, fizemos uma prisão importante de uma grande liderança, alguém que era procurado pela Justiça e pela Polícia do Maranhão e do Piauí. Uma pessoa com patrimônio valioso e uma grande liderança que agora está dentro do sistema prisional", afirmou o secretário, fazendo referência à prisão de Neto Camelo, líder da fação Bonde dos 40, preso em um sítio na zona Rural de Miguel Alves.
O coronel Rubens Pereira destaca que não é possível afirmar que os crimes tenham relação com a saidinha de Dia dos Pais, em que 367 detentos foram postos em liberdade no Piauí, e comentou ainda sobre a invasão de homens armados a um hospital particular de Teresina em que estava internado o empresário Valdeci Lima da Silva, conhecido como Brizola.
"Sabemos que todas essas pessoas que cometeram esses fatos ou que estão envolvidas nesses fatos, ainda que como vítimas, como é o caso dessa situação do hospital particular de Teresina, em que a pessoa que estava lá é uma pessoa que já tem esse perfil [de envolvimento com crimes]. É claro que nenhuma hipótese em relação a essas organizações criminosas e a forma como elas agem são descartadas. Todos serão responsabilizados, como já vêm sendo responsabilizados", finalizou.