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Jovem mandou esquartejar mulher para mostrar poder na facção, diz delegado

Maria Clara Sousa Nunes Bezerra, de 25 anos, presa suspeita de ter participado do assassinato de Silvana Rodrigues de Sousa, na Vila da Guia, zona sudeste de Teresina, foi quem decidiu que a mulher seria sentenciada à morte e determinou o esquartejamento da vítima. As informações foram confirmadas ao O DIA pelo delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com o delegado, o crime com requintes de crueldade foi executado para mostrar poder dentro do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção da qual Maria Clara faz parte.

“Na reunião [do Tribunal do Crime], eles decidiram que o esquartejamento seria a melhor saída após a morte porque demonstraria uma crueldade maior no ato e também facilitaria a ocultação do cadáver. Ela [Maria Clara Sousa] quis mostrar força dentro da facção. A gente sabe que quando existe uma morte dessa forma, com esse nível de crueldade, a função por trás é se impor e dizer que é cruel aquele ponto”, revelou Bruno Ursulino.

Arquivo pessoal
Jovem mandou esquartejar mulher para mostrar poder na facção, diz delegado

As investigações conduzidas pelo DHPP apontaram que a jovem chegou a aparecer em uma foto ao lado do corpo da vítima. Na foto é possível ver uma tatuagem de um palhaço na perna de uma das pessoas que participaram do crime. Segundo a polícia, a tatuagem, além de outras características, ajudou a polícia a confirmar a identidade de Maria Clara.

Além de Maria Clara, outras duas pessoas identificadas como Josenildo Dias da Silva e Maria de Fátima da Silva Santos também foram presas na manhã de hoje (09), suspeitas de participação no crime.

“O Josenildo, conhecido como Nida, tem passagem por tráfico de drogas e por homicídio. Ele mora logo ao lado da casa onde ocorreu o crime e tem uma posição de liderança. Então a gente sabe que um fato dessa natureza não seria feito sem a conivência dele”, afirmou o delegado.

Maria Clara Estrêla/O Dia
Delegado Bruno Ursulino

Já Maria de Fátima é proprietária da casa onde ocorreu o assassinato de Silvana. O DHPP, agora, tenta levantar informações que possam confirmar que ela teria facilitado o acesso dos criminosos ao seu imóvel. “O depoimento dela é que vai nos dizer se a casa foi invadida sem autorização dela, se ela realmente deu sem saber o que ia acontecer lá, são nuances que a gente vai analisar”, destacou Bruno Ursulino.

As investigações sobre a morte de Silvana ainda não foram concluídas. Isso porque, pela dinâmica dos fatos, o esquartejamento e o tamanho da cova onde foi o corpo foi enterrado, levam a polícia a acreditar que o crime foi cometido por um grupo e não por apenas um indivíduo. A Polícia tenta identificar outros suspeitos de envolvimento no homicídio.

Maria Clara Estrêla/O Dia
A residência onde a mulher foi morta e esquartejada fica na Vila da Guia

Entenda o caso

O crime ocorreu no dia 23 de junho, na Vila da Guia, zona Sudeste de Teresina. A mulher foi esquartejada e encontrada enterrada em um matagal na região três dias depois. Silvana Rodrigues era usuária de drogas. Em depoimento à polícia, a família da vítima informou que Silvana fazia uso de medicamentos controlados e era acompanhada pelo CAPS. Contudo, a jovem havia parado de tomar as medicações e havia se tornado usuária de cocaína.

A vítima, que foi enforcada antes de ser esquartejada, teve partes do corpo colocado em sacolas. O cadáver foi localizado com a ajuda de quatro cães farejadores do Corpo de Bombeiros do Ceará, que auxiliaram nas buscas.


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