A Barragem Vereda da Cruz, localizada na cidade de Curimatá, está com sua água poluída. É isto o que atesta o laudo que foi produzido por um laboratório de análises químicas a pedido da Secretaria de Saúde do Município. O reservatório abastece as casas de Curimatá e a solicitação de testes na água veio após moradores da cidade denunciarem poluição do ar por fumaça de pó de calcário. Esta fumaça estaria vindo de uma fábrica de calcário situada na rodovia que liga Curimatá a Morro Cabeça do Tempo.
Imagens recebidas pelo Portalodia.com e feitas por moradores da região mostram parte da cidade de Curimatá coberta por uma névoa. Vídeos também foram gravados e neles, os moradores mostram o pó se acumulando na vegetação nas margens da rodovia PI-256. Em outro registro, um morador gravou o pó sendo espalhado pelo vento. Ele chega a ironizar a situação dizendo “Neve. Hoje amanheceu nevando”.
Outro morador mostrou a situação dentro de sua casa. “Olha aqui, varri a casa agora há pouco e olha como está a situação. Pó. Não é outra coisa não. Poeira de vento de terra é uma coisa, agora pó, é outra”. O morador chega a assoprar os móveis para mostrar o acúmulo de poeira e a arrastar os pés no chão para mostrar o estado do chão de sua casa.
Os moradores dizem ainda que a maior preocupação é justamente com a água da barragem, que está com a aparência diferente da que tem usualmente. “Isso é grave. As imagens e o laudo falam por si só. Está poluindo a barragem que abastece a cidade”, relatam.
Em excesso, a poeira de calcário pode causar danos à saúde como irritação das vias respiratórias e desenvolvimento de doenças pulmonares. Quando contamina a água, pode elevar os níveis de cálcio no sangue e causar problemas renais e cardíacos. A análise na Barragem Vereda da Cruz atestou que a água do reservatório está com o teor de ferro acima do ideal e com cor aparente diferente do padrão.
“A amostra não atende aos padrões físico-químicos e microbiológicos de potabilidade, nos parâmetros analisados de ferro, cor aparente, coliformes totais e Escherichia Coli”, diz o documento assinado pelo químico Alisson dos Reis Barbosa em 20 de junho deste ano. Foram encontradas amostras de coliformes e bactérias na água da barragem de Curimatá. O laudo, no entanto, não menciona nenhuma relação direta entre o estado da água a poeira de calcário relatada pela população.
O Ministério Público Estadual do Piauí (MPPI) instaurou procedimento no último dia 02 de setembro para apurar se a poeira de calcário está sendo de fato a responsável pela contaminação da água da Barragem Vereda da Cruz.
A reportagem do Portalodia.com está tentando contato com a fábrica de calcário, mas até o momento nenhum representante foi localizado. O espaço segue aberto para futuros esclarecimentos.
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