O mundo tem passado por um grande desafio econômico global. Os conflitos geopolíticos, desde a guerra Rússia-Ucrânia, como os enfrentados por Israel com nações palestinas, ou mesmo a disputa por espaços no mercado, como a disputa dos Estados Unidos com a China, que, para barrar o avanço dos chineses, o presidente eleito Trump pretende instituir medidas protecionistas, taxando tanto produtos do país oriental quanto do resto do mundo.
As mudanças climáticas também são um fator determinante dentro do processo econômico. Com o aquecimento global, países extremamente agrários têm sofrido com os efeitos da seca prolongada ou em chuvas demasiadas, o que afeta a produção dos alimentos e ocasiona uma grande subida de preço.
Para analisar sobre esses efeitos sociais e climáticos, do cenário atual e das perspectivas econômicas para o futuro, conversamos com o advogado e economista Walmir Falcão Sobrinho, formado em Economia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e em Direito pelo CEUT.
Sustentabilidade fiscal e reforma tributária
Walmir já começa explicando que a economia é um instrumento cíclico. Por exemplo, no Brasil, mesmo ao contrário do que especialistas haviam dito, o país vem tendo um crescimento de 3,3%, onde o consumo das famílias foi importante dentro desse cenário, sendo puxado pelo salário, transferência de renda e emprego. Mas ele alerta que isso não é suficiente para sustentar o crescimento do país.
“O governo federal precisa controlar o endividamento do gasto público, chegando a uma relação de dívida x PIB a 78%, valor considerado muito alto. Buscar reduzir, conter o endividamento, nossas dívidas primárias chegam a 90%, sobra pouco para investimentos. Haja corte de gastos, crescimento de receita sem estrangular o contribuinte e dar sustentabilidade econômica e fiscal.”
Ele destaca que a economia possui um tripé – juros, inflação e câmbio –, que são interligados, e que a partir do momento que o dólar dispara, ocorre um desequilíbrio. “Aumentar a taxa de juros, expandir crédito melhora a economia. Mas juros altos restringe crédito. Você controla inflação e crédito. Aí sim, nessa situação, o governo precisa ter equilíbrio entre inflação e taxa de juros, que aumentou para 11,25% por conta do crescimento do dólar.”
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O economista enfatiza que o equilíbrio fiscal é extremamente importante para a geração de emprego, pois toda política pública interfere na criação de novos espaços de trabalho e no consumo das famílias. “Você tendo atração de investimentos, controle da inflação, você dá condições para que investidores estrangeiros venham ao Brasil, gerem emprego e renda. Para fazer isso, o governo precisa fazer o dever de casa, estamos chegando ao limite de endividamento, que pode trazer estrangulamento da economia.”
Sobre a reforma tributária, ele espera que ela possa dar mais condições de empregabilidade, já que, quando a carga tributária diminui, o emprego e a renda crescem. “O país só cresce sob três condições: tirar a burocracia, trazer cortes gigantescos e, a terceira, diminuir o índice de corrupção. Aí sim, junto com equilíbrio fiscal e orçamentário, temos condições de dinamismo.”
Walmir ainda destaca que a reforma tributária precisa ser voltada para o consumo, mas também precisa ser algo mais abrangente, tributando diretamente sobre a renda e o patrimônio.
“O que o governo propõe é fazer aumentar o teto do imposto de renda, colocou isso no pacote de gastos, para ter o populismo e achar que a contenção não pode trazer problema. Vou inserir o IR, e para compensar esses 35 milhões, o governo tenta compensar por meio da tributação dos super-ricos, dividendos ou renda.”
Finalizando, o economista ainda discorre sobre as importantes mudanças econômicas que o Brasil e, principalmente, a região Nordeste têm passado, com o processo de transformação energética. Destacam-se os avanços em mecanismos de energia limpa, como os investimentos na energia eólica e no Hidrogênio Verde, e como essas ações impactam positivamente. Em sua análise, Walmir Falcão Sobrinho aponta para a necessidade de ações urgentes e estruturantes para garantir um equilíbrio fiscal e promover um crescimento sustentável, sem descuidar dos impactos sociais e econômicos no cotidiano dos brasileiros.
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