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Crise global e economia brasileira: desafios e perspectivas para o futuro

Advogado e economista Walmir Falcão Sobrinho analisa os impactos econômicos das crises globais e destaca soluções para o Brasil

31/12/2024 às 16h54

31/12/2024 às 16h54

O mundo tem passado por um grande desafio econômico global. Os conflitos geopolíticos, desde a guerra Rússia-Ucrânia, como os enfrentados por Israel com nações palestinas, ou mesmo a disputa por espaços no mercado, como a disputa dos Estados Unidos com a China, que, para barrar o avanço dos chineses, o presidente eleito Trump pretende instituir medidas protecionistas, taxando tanto produtos do país oriental quanto do resto do mundo.

Advogado e economista Walmir Falcão Sobrinho  - (Assis/O Dia) Assis/O Dia
Advogado e economista Walmir Falcão Sobrinho

As mudanças climáticas também são um fator determinante dentro do processo econômico. Com o aquecimento global, países extremamente agrários têm sofrido com os efeitos da seca prolongada ou em chuvas demasiadas, o que afeta a produção dos alimentos e ocasiona uma grande subida de preço.

Para analisar sobre esses efeitos sociais e climáticos, do cenário atual e das perspectivas econômicas para o futuro, conversamos com o advogado e economista Walmir Falcão Sobrinho, formado em Economia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e em Direito pelo CEUT.

Sustentabilidade fiscal e reforma tributária

Walmir já começa explicando que a economia é um instrumento cíclico. Por exemplo, no Brasil, mesmo ao contrário do que especialistas haviam dito, o país vem tendo um crescimento de 3,3%, onde o consumo das famílias foi importante dentro desse cenário, sendo puxado pelo salário, transferência de renda e emprego. Mas ele alerta que isso não é suficiente para sustentar o crescimento do país.

“O governo federal precisa controlar o endividamento do gasto público, chegando a uma relação de dívida x PIB a 78%, valor considerado muito alto. Buscar reduzir, conter o endividamento, nossas dívidas primárias chegam a 90%, sobra pouco para investimentos. Haja corte de gastos, crescimento de receita sem estrangular o contribuinte e dar sustentabilidade econômica e fiscal.”

Corte de gastos: Haddad diz que Lula pediu inclusão de mais um ministério em pacote fiscal - (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil
Corte de gastos: Haddad diz que Lula pediu inclusão de mais um ministério em pacote fiscal

Ele destaca que a economia possui um tripé – juros, inflação e câmbio –, que são interligados, e que a partir do momento que o dólar dispara, ocorre um desequilíbrio. “Aumentar a taxa de juros, expandir crédito melhora a economia. Mas juros altos restringe crédito. Você controla inflação e crédito. Aí sim, nessa situação, o governo precisa ter equilíbrio entre inflação e taxa de juros, que aumentou para 11,25% por conta do crescimento do dólar.”

O economista enfatiza que o equilíbrio fiscal é extremamente importante para a geração de emprego, pois toda política pública interfere na criação de novos espaços de trabalho e no consumo das famílias. “Você tendo atração de investimentos, controle da inflação, você dá condições para que investidores estrangeiros venham ao Brasil, gerem emprego e renda. Para fazer isso, o governo precisa fazer o dever de casa, estamos chegando ao limite de endividamento, que pode trazer estrangulamento da economia.”

Sobre a reforma tributária, ele espera que ela possa dar mais condições de empregabilidade, já que, quando a carga tributária diminui, o emprego e a renda crescem. “O país só cresce sob três condições: tirar a burocracia, trazer cortes gigantescos e, a terceira, diminuir o índice de corrupção. Aí sim, junto com equilíbrio fiscal e orçamentário, temos condições de dinamismo.”

Para o economista, o país possuí uma alta carga tributária - (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil) Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
Para o economista, o país possuí uma alta carga tributária

Walmir ainda destaca que a reforma tributária precisa ser voltada para o consumo, mas também precisa ser algo mais abrangente, tributando diretamente sobre a renda e o patrimônio.

“O que o governo propõe é fazer aumentar o teto do imposto de renda, colocou isso no pacote de gastos, para ter o populismo e achar que a contenção não pode trazer problema. Vou inserir o IR, e para compensar esses 35 milhões, o governo tenta compensar por meio da tributação dos super-ricos, dividendos ou renda.”

Finalizando, o economista ainda discorre sobre as importantes mudanças econômicas que o Brasil e, principalmente, a região Nordeste têm passado, com o processo de transformação energética. Destacam-se os avanços em mecanismos de energia limpa, como os investimentos na energia eólica e no Hidrogênio Verde, e como essas ações impactam positivamente. Em sua análise, Walmir Falcão Sobrinho aponta para a necessidade de ações urgentes e estruturantes para garantir um equilíbrio fiscal e promover um crescimento sustentável, sem descuidar dos impactos sociais e econômicos no cotidiano dos brasileiros.


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