O líder da Igreja Católica Apostólica Romana, Papa Francisco, declarou a possibilidade de dar bênção a união de casais do mesmo sexo. Entretanto, a atitude seria de cunho limitado, decididas caso a caso e não confundidas com cerimônias de casamentos heterossexuais. A declaração veio após o pontífice responder a cinco cardeais conservadores de várias partes do mundo.
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Segundo os cardeais, dúvidas quanto ao casamento de casais LGBTQIA+ surgiram acerca da aceitação da Igreja em relação a casais do mesmo sexo. Nessa segunda-feira (02), o Papa Francisco respondeu ao questionamento e afirmou que os pedidos de bênçãos são um meio pelo qual as pessoas se aproximam de Deus para viver vidas melhores.
“Porque quando se pede uma bênção, expressa-se um pedido de ajuda a Deus, um apelo para viver melhor, uma confiança em um pai que pode ajudar a viver melhor”, disse o pontífice, reiterando, no entanto, que a Igreja só reconhece o casamento como união entre homem e mulher e aberto à procriação.
Ele destacou, ainda, que as eventuais bênçãos que ocorreram não devem tornar-se a norma nem obter aprovação geral das jurisdições da Igreja, como dioceses ou conferências episcopais nacionais.
Além disso, um clero deverá mostrar “prudência pastoral” para “discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam uma concepção equivocada do casamento”.
Por fim, ele acrescentou que a Igreja deveria evitar qualquer outro ritual ou rito sacramental que se oponha aos ensinamentos que definem casamento apenas como união entre homem e mulher. No entanto, a união de casais do mesmo sexo se tornou comum na Alemanha, onde padres podem abençoar e findar o sacramento como relacionamento sério.
Terá início, nesta quarta-feira (04), um encontro global no Vaticano para discutir várias questões da Igreja Católica, entre elas as principais dúvidas e posições acerca de pessoas LGBTQIA+.