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Dia da Mulher: primeira governadora do Piauí, Regina Sousa, inovou na política

Aos 73 anos, Regina Sousa ainda enfrenta desafios, sobretudo por ser mulher e negra, mas nada que lhe abale ou desmotive a continuar lutando pelas causas sociais, sua principal bandeira.

08/03/2024 às 15h35

Ao longo dos anos, as mulheres enfrentaram - e ainda enfrentam - desafios na sociedade pelo simples fato de serem mulheres. A desigualdade de gênero é percebida no mercado de trabalho, na academia, na política, entre outros. Porém, observa-se que nas últimas décadas essa realidade tem mudado, e que as mulheres já ocupam funções antes, predominantemente, exercidas por homens.

Mulheres se destacam por ocuparem cargos de liderança e chefia, por estarem à frente de grandes projetos na área da Saúde e Tecnologia, por serem pioneiras na criação de leis voltadas para as mulheres e para a sociedade, além de atuarem diretamente na proteção e combate à violência contra mulheres.

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, é, sim, uma data para comemorar as conquistas e o destaque que muitas mulheres têm nas mais diversas áreas de atuação, sendo exemplo e inspiração para as novas gerações e referência na história pelo trabalho que desenvolveram no Piauí.

Quebrando paradigmas

A política entrou muito cedo na vida de Regina Sousa. Ou seria Regina que sempre se fez presente em meio aos movimentos sindicais e sociais? A militância se mistura com sua vida pessoal desde a infância e, com o passar dos anos, somente se intensificou. Aos 73 anos, Regina Sousa ainda enfrenta desafios, sobretudo por ser mulher e negra, mas nada que lhe abale ou desmotive a continuar lutando pelas causas sociais, sua principal bandeira.

Regina Sousa coleciona uma de suas maiores conquistas políticas: tornou-se governadora em 2022. Durante nove meses de mandato executou inúmeras ações, dentre elas a implantação dos projetos Linhas de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e do Acidente Vascular Cerebral (AVC), como o objetivo de reduzir mortes e sequelas de pacientes vítimas das duas doenças.

“Como governadora, continuei com projetos que já tinha [enquanto vice-governadora] e fiz projetos mais abrangentes, que muitas pessoas nem sabem, como a rede de cuidado do AVC e infarto, que tem salvado muita gente. Hoje não morre mais pessoas de AVC ou infarto procurando hospital, porque a pessoa toma o remédio nas primeiras quatro horas, onde mora, e dá tempo de chegar na assistência médica. Acho essa a maior obra nos meus nove meses de governo”, comenta.

Primeira governadora do Piauí, Regina Sousa inovou na política - (Assis Fernandes/ODIA) Assis Fernandes/ODIA
Primeira governadora do Piauí, Regina Sousa inovou na política

Mas Regina Sousa, hoje atual secretária Estadual da Assistência Social (Sasc), não implementou mudanças apenas no Piauí. Uma das primeiras ações de Regina, ao assumir seu mandato como Senadora, em 2015, foi solicitar a instalação de banheiros feminismo para as parlamentares da Casa.

“No Senado não tinha banheiros para mulheres. Nós tínhamos que usar o da cantina, juntamente com os trabalhadores de lá, enquanto o banheiro dos homens ficava atrás da mesa do presidente. Eu, juntamente com a senadora Vanessa Grazziotin (AM), procuradora Especial da Mulher do Senado, pautamos a construção do banheiro para as mulheres e essa foi a primeira conquista que participei no Senado, em 2015. O Senado foi construído para homens, pois não achavam que as mulheres seriam senadoras”, cita.

Mesmo ocupando um dos cargos mais respeitados do Poder Legislativo Federal, Regina Sousa não deixou de sofrer preconceitos, tanto por ser mulher, como por ser negra. Aliás, ser mulher também foi um empecilho para assumir a presidência do Sindicato dos Bancários, na década de 1980, quando assumir o cargo por meio de concurso público. Na época, Regina estava à frente do movimento que pleiteava assumir o sindicato, mas, por ser mulher, as chances de vitória eram quase nulas.

“Ser mulher no mundo de homens não é fácil. Quando entrei no Sindicato dos Bancários estava tendo o movimento para disputar o sindicato. Eu tinha sido a liderança que conduziu a greve, juntamente com outras pessoas, e me destaquei Estavam cogitando meu nome para presidente, mas houve uma recusa pelo fato de eu ser mulher, em meio a uma categoria que era predominantemente de homens. Fui da segunda turma de mulheres que entrou por concurso no Banco do Brasil, que antes não aceitava mulheres. Esse foi o obstáculo que acabou me afastando da presidência e acabei sendo vice, sendo o Wellington Dias, que trabalhava na Caixa, o presidente”, relembra a secretária da Assistência Social.

Regina Sousa nunca cogitou em desistir de seus objetivos, apesar dos desafios enfrentados em suas sete décadas de vida, já assumiu inúmeros cargos de chefia e confiança, conquistou espaço e respeito. Ser mulher, para ela, nunca foi um obstáculo, pelo contrário, Regina considera-se uma inspiração para as novas gerações e mulheres. “Creio que fui um exemplo de superação para outras pessoas, porque se eu cheguei, outras mulheres e as pessoas pobres também chegam”, conclui.

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