O Piauí registrou mais duas mortes por dengue, de acordo com dados do Painel Epidemiológico do Ministério da Saúde. Os óbitos teriam sido de duas mulheres; um de 53 anos, que morava em Jerumenha e uma idosa de 86 anos, natural de Esperantina. Agora, o Estado contabiliza 16 óbitos causados pela doença. O maior número de casos se concentra no município de Bom Jesus.
Até então, os últimos óbitos registrados haviam ocorrido em Teresina. No último dia 6 de junho, foi registrada a morte de uma criança decorrente de complicações da dengue em Teresina. Em maio, outras duas vítimas morreram na capital. O pequeno Rafael Lira, de 5 anos, morreu por conta de complicações da doença. Ele foi o primeiro óbito registrado na capital este ano. Quinze dias depois, sua mãe, a médica Laysa Geovanna Lira, também faleceu em decorrência da dengue na capital.
Os números da dengue são considerados preocupantes pelos especialistas. Isto porque o Estado já contabiliza quase 12 mil casos prováveis da doença com um coeficiente de incidência de 363 casos a cada grupo de 100 mil habitantes, de acordo com o painel epidemiológico do Estado.
Quais os principais sintomas da Dengue?
A Dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, erupções cutâneas e, em casos mais graves, hemorragias e choque. O tratamento da dengue geralmente envolve repouso, hidratação e, em casos mais graves, a internação para monitoramento de possíveis complicações.
Os órgãos de saúde fazem um apelo à população teresinense para que fique atenta quanto aos criadouros de mosquito da dengue em sua casas e nos terrenos próximos. É necessário eliminar qualquer foco do Aedes aegypti, evitando o acúmulo de água parada em garrafas, pneus, lixo e vasos de planta. Teresina conta com agentes de endemia visitando as residências regularmente para verificar a existência de possíveis e os eliminar.
Diferenças entre a dengue clássica e a mais grave
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus da dengue tem um período de incubação que varia de três a 15 dias e não há uma predisposição à dengue, ou seja, todo mundo está suscetível a ser infectado. Mas qual a diferença entre a dengue considerada grave e o tipo clássico da doença?
Kelson Veras, médico infectologista, explica: “na dengue clássica, a primeira manifestação da doença é a febre alta, que varia entre 39° e 40°, de início repentino. Pode haver também dor de cabeça, dores no corpo, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal generalizadas, sobretudo nas crianças. Os sintomas duram em média até sete dias e depois há uma regressão”.
Já no caso do tipo grave da doença, os sintomas são semelhantes ao da dengue clássica, mas a evolução é rápida. O médico esclarece que a dengue grave causa no organismo derrames cavitários, ou seja, vazamentos de líquido para várias cavidades do corpo. Isso pode levar a uma queda da pressão, que é principal causa da morte.
“Na dengue grave, há um comprometimento do endotélio, que a cama que reverte a parte interna dos vasos sanguíneos. Eles começam a vazar para as cavidades, para dentro da pleura, para dentro da barriga, principalmente nestes locais. Isso faz com que a pressão caia e é nessa queda que mora o perigo. É muito raro alguém morrer de dengue por hemorragia, como se fala. Morre-se por causa da queda da pressão. É por isso que é importante procurar socorro médico assim que se começa a sentir os sintomas. Para evitar que a doença evolua a este ponto de a pessoa ter uma queda de pressão e um choque irreversível”, esclarece Kelson Veras.
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