O juiz Carlos Alberto Bezerra Chagas, titular da Primeira Vara da Comarca de São Raimundo Nonato, decidiu que sete acusados de envolvimento na morte do empresário João Rodrigues Dias Neto vão a júri popular. A sentença foi publicada na última sexta-feira (16). A vítima foi morta na frente das filhas em setembro deste ano, no município de São Raimundo Nonato.
Segundo o magistrado, os elementos colhidos na instrução processual revelam indícios suficientes de autoria e participação em relação aos acusados Juniel Assis Paes Landim, Paulo Ferreira Pereira, Juliermes Braga Paz Landim, Patrícia Ferreira Pereira, Mauro Viana de Almeida, Roniglesias dos Santos Silva e Luiz Ferreira dos Santos Neto, que, a princípio, são autores e partícipes da morte da vítima.
Foto: Arquivo pessoal
Contudo, o juiz avaliou que não há indícios de autoria ou participação suficientes contra a acusada Precilia Ferreira Pereira Fernandes. "Posto que constam nos autos elementos que indicam, apenas e tão somente, para mensagens telefônicas que ela teria enviado para a esposa da vítima, fato inidôneo para sujeitá-la à julgamento perante o Tribunal do Júri", afirmou. Diante dos fatos, o magistrado decidiu pela impronúncia da acusada no processo.
De acordo com os depoimentos das testemunhas arroladas no processo, o acusado Juniel Assis Paes Landim, agindo mediante paga e promessa de recompensa feita por Paulo Ferreira Pereira, desferiu disparos de arma de fogo contra a vítima João Rodrigues Dias Neto, causando-lhe a morte. Também de acordo com esses depoimentos, coube ao acusado Roniglesias dos Santos Silva levar, em seu veículo, os acusados Juniel Assis Paes Landim e Paulo Ferreira Pereira, levá-lo ao local em que a vítima foi executada.
"Os mesmos depoimentos indicam que ao acusado Juliermes Braga Paz Landim coube a conduta de efetuar o pagamento pela empreitada criminosa e ocultar a arma do crime, enquanto que aos acusados Patrícia Ferreira Pereira e Mauro Viana de Almeida restou a prestação de auxílio ao executor, entregando-lhe dinheiro e suprimentos, além de este último ter mandado que o acusado Juliermes Braga Paz Landim escondesse o instrumento do crime", revela o documento.
Ainda, durante a mesma audiência de instrução, uma das testemunhas arroladas pela acusação apontou o acusado Luiz Ferreira dos Santos Neto como a pessoa que teria garantido o pagamento no caso de execução da vítima, fato que, a princípio, leva a crer que o acusado teria também participado do crime.
Entenda o caso
Conforme apontou a investigação da Polícia Civil, João Rodrigues Dias Neto foi assassinado por vingança após ter se envolvido em um acidente com vítima fatal em julho deste ano. Os envolvidos em seu homicídio eram familiares da vítima e teriam contratado Juniel como pistoleiro para executar João de modo que as filhas dele “sentissem a mesma dor”. Matar a vítima na frente das meninas e em plena luz do dia teria sido uma exigência feita pelos mandantes do crime.