Um projeto de Lei apresentado pelo deputado federal Júlio Arcoverde (PP-PI) quer determinar a separação de torcidas rivais nas arenas esportivas para prevenir conflitos e garantir a segurança do público. O texto em análise na Câmara dos Deputados altera a Lei Geral do Esporte.
O futebol no Brasil carrega em seu histórico casos de violência entre torcidas organizadas. Brigas, confrontos e até mortes marcam o esporte, em todo o país vários casos de violência já ocorreram tirando a vida de dezenas de pessoas no Brasil.
O deputado piauiense lembrou da briga entre brasileiros e argentinos no ano passado ao defender o projeto.
A partida de futebol entre as seleções do Brasil e da Argentina mencionada pelo deputado teve o início atrasado em 27 minutos, por conta de uma briga entre torcedores e policiais nas arquibancadas. A equipe brasileira perdeu por 1 a 0.
As raízes da violência entre torcidas remontam aos anos 1970, com o surgimento das primeiras torcidas organizadas. Influenciadas por movimentos sociais e políticos da época, algumas delas se tornaram grupos com forte identidade e rivalidade, o que gerou os primeiros confrontos.
A década de 1990 foi marcada por um aumento significativo da violência entre torcidas. Brigas em estádios, emboscadas e até assassinatos se tornaram frequentes, principalmente em clássicos entre times rivais.
Alguns episódios marcaram a história da violência no futebol brasileiro. Em 1992, o jovem torcedor Rodrigo de Gasperi, de apenas 13 anos, foi morto por uma bomba caseira lançada por torcedores do São Paulo em um jogo contra o Corinthians.
Em 2000, a briga entre torcedores do Vasco e do Flamengo em um jogo no Maracanã resultou na morte de três pessoas. Em 2013, um torcedor do Atlético-PR foi morto por um rojão lançado por torcedores do Coritiba em um clássico no Couto Pereira.
Diante da crescente violência, medidas foram tomadas para tentar conter o problema. Leis mais duras, como o Estatuto do Torcedor, foram criadas, e os clubes passaram a investir em medidas de segurança nos estádios.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões do Esporte; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.